Onda de demissões

Em um dos intervalos do Grammy, a principal premiação da música nos EUA que, neste ano, aconteceu neste domingo, 04, o Snapchat apresentou sua nova campanha, que vem embalada pelo mote “Less social media. More Snapchat”. Criado internamente e produzido pela Arts Academy, o filme de um minuto pretende mostrar que é um app diferente dos serviços similares, que estão sob escrutínio de órgãos reguladores e de esferas políticas a respeito de possíveis danos à população, sobretudo os mais jovens.

Isso não quer dizer que o próprio Snapchat não esteja na mira. Seu fundador, Evan Spiegel, compareceu a uma concorrida sessão no Senado dos EUA, na semana passada, em que líderes das companhias Meta, TikTok, Discord e X, o antigo Twitter – além do Snapchat –, foram questionados sobre segurança para crianças e adolescentes em suas plataformas.

O esforço da empresa, na nova campanha, é mostrar que, embora o mundo da mídia social seja complicado e cheio de cenas para conquistar likes, eles são mais sobre a vida real, sobre ser humano. Ao menos, é o discurso (veja o vídeo abaixo).

No dia seguinte à estreia do filme, o Snap, companhia que abarca o Snapchat, demonstrou que não escapou à dura realidade dos últimos dias entre as empresas de tecnologia. A empresa anunciou que demitirá 10% de sua força de trabalho global. Isso significa cerca de 500 funcionários. Um porta-voz da companhia declarou ao site CNBC que a medida objetiva reduzir a hierarquia e estimular a colaboração presencial.

O Snap é a mais recente big tech a fazer cortes massivos em sua estrutura. Em janeiro, foram demitidos aproximadamente 23.670 funcionários de 85 empresas de tecnologia, de acordo com o site Layoffs.fyi. Entre as empresas que fizeram cortes estão Microsoft, Google, Amazon e Salesforce (leia aqui).

Na mídia também houve uma onda de demissões. Los Angeles Times, Sports Illustrated, Business Insider, National Geographic estão entre os veículos que anunciaram ajustes.

Ainda sobre o Snap, um corte grande já havia sido feito em agosto de 2022, ocasião em que o quadro de funcionários foi reduzido em 20%.

Neste mês de fevereiro, outra companhia de tecnologia famosa fez ajustes. O Zoom comunicou a dispensa de 150 funcionários, o equivalente a 2% de sua força de trabalho. Como outras empresas tecnológicas, a explicação para as demissões está na revisão do negócio e na necessidade de otimizar funções, o que ganhou impulso devido à IA.

No início do ano passado também houve cortes massivos entre as big techs.