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MPF em investigação que vai ouvir ex-sócios de produtora
Com o objetivo de investigar possíveis irregularidades da prefeitura de Niterói na contratação de obras do BRT Transoceânica Charitas-Engenho do Mato, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) iniciaram, na manhã desta quarta-feira (16), a Operação Transoceânica.
O cineasta René Sampaio e a produtora executiva Krysse Mello serão ouvidos pela operação. Eles eram sócios da Fulano Filmes, uma das empresas que supostamente teriam sido usadas pelo prefeito de Niterói Rodrigo Neves (PDT) para se beneficiar, de acordo com denúncia do MPF.
Neves, André Felipe (assessor de Neves), Renato Pereira (ex-marqueteiro de Neves), William Passos e Eduardo Villela (os três sócios da Prole), Krysse Mello e René Sampaio teriam "simulado" a contratação da Fulano Filmes (nome fantasia da KRM Produções Audiovisuais) com o pretexto de executar serviço de assessoria de imprensa, segundo o MPF.
Antes de se tornar Fulano, a produtora se chamava TvZero e tinha Renato Pereira como um dos sócios (aqui). Em 2015, Sampaio e Krysse deixaram a empresa.
Sampaio dirigiu o filme "Faroeste Caboclo", lançado em 2013, e está trabalhando no longa "Eduardo e Mônica" (com Alice Braga e Gabriel Leone), e que, devido à pandemia, não tem data de estreia definida. Ele também é diretor e produtor da série "Impuros", do canal Fox Premium.
A Operação Transoceânica está investigando supostas irregularidades nas obras, que teriam consumido R$ 34 milhões a mais do que o previsto inicialmente, além de contratos de publicidade do governo municipal.
Em nota, a prefeitura de Niterói diz considerar a ação “absurda” e informou que Neves nunca foi convidado a prestar qualquer esclarecimento à Polícia Federal. A prefeitura destaca que a operação não apreendeu nenhum objeto de valor, apenas o celular pessoal do prefeito, que “não possui automóvel ou objeto de valor”.
Sobre o objeto de investigação, a prefeitura afirma que a prestação de contas da obra foi aprovada pelos órgãos de controle “há muitos anos”: “Apesar de não ter informações sobre do que se trata a ação, o prefeito esclarece que a Transoceânica e o túnel Charitas Cafubá foram concluídos há tempos, cumprindo o planejamento da obra e melhoraram muito a qualidade de vida dos niteroienses. A prestação de contas detalhada foi concluída e aprovada por órgãos de acompanhamento e financiamento, como a Caixa Econômica Federal”.
A nota afirma, ainda, que a obra foi feita com “custo menor do que todos os projetos similares, no Brasil e na América do Sul” e que a ação de hoje é “abusiva, típica de regimes autoritários” e tem objetivos políticos.
“A ação sobre fatos ocorridos há muitos anos, sem que o prefeito jamais tenha sido ouvido, tem o claro objetivo de desgastar a administração e o prefeito que tem aprovação de mais de 85% da população e cujo sucessor obteve vitória retumbante no primeiro turno com 62% a 9%. O prefeito repudia a utilização de aparato do Estado com a polícia para ações de perseguição política”.
Leia também sobre delações de Renato Pereira no final de 2017 na Operação Lava Jato, aqui.