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Selling the Amazon
BBC mostra venda ilegal de terras pelo Facebook
Uma equipe de jornalismo investigativo da BBC News Brasil encontrou lotes de floresta primária sendo vendidos pelo Facebook. O mercado ilegal online que gera desmatamento na Floresta Amazônica é denunciado no documentário "Our World: Selling the Amazon (Amazônia à Venda)".
O filme, disponível em português e em inglês, estreou nesta sexta-feira (26), ao meio-dia, no site da BBC News Brasil, no canal do veículo no YouTube (assista abaixo), e também será exibido na telinha pelo canal BBC World News, às 20h30.
Segundo apurado pela BBC, alguns lotes à venda pela rede social estavam em áreas protegidas, como florestas nacionais e reservas indígenas, inclusive com imagens de satélite e coordenadas de GPS exibidas nos anúncios. Em muitas das postagens, os vendedores admitem não ter título de propriedade.
Ivaneide Bandeira, chefe da ONG ambiental Kanindé, afirma que a "cultura da impunidade" acabou fortalecendo os invasores: "Eles estão empoderados ao ponto de não ter vergonha de entrar no Facebook para fazer negócios ilegais de terras."
O documentário mostra encontros captados secretamente pela BBC com quatro vendedores em Rondônia e um integrante da equipe, que se passou por advogado representante de investidores de São Paulo.
Na gravação feita por uma câmera escondida, um dos vendedores revelou fazer parte de um grupo de outros grileiros que faz lobby com políticos para legalização de terras invadidas. O vendedor diz acreditar que governo do presidente Jair Bolsonaro está do lado deles. "Vou te falar a verdade: se isso não for resolvido com o Bolsonaro lá, não vai ser resolvido mais", disse.
Em resposta à investigação da BBC, um porta-voz do Facebook declarou: "Nossas políticas comerciais exigem que os compradores e vendedores cumpram as leis e regulamentos ao comprar e vender no Marketplace". A empresa disse ainda que está pronta para trabalhar em parceria com as autoridades locais para dar andamento às descobertas da investigação.
Entre agosto de 2019 e julho de 2020, a Amazônia perdeu 11.088 km² de floresta, a maior taxa desde 2008.