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Palha de Aço na Antena

No que ou em quem você está extremamente ligado, no momento? (BijaRi)

17.01.07

Como somos um grupo de 10 artistas, é dificil saber no que cada um anda ligado no momento, mas, de uma maneira geral, temos algumas referências comuns e podemos citar as das áreas em que atuamos:

Começando pelo universo do vídeo, admiramos o trabalho de videomakers como Michel Gondry (“Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças”, além de videoclipes para White-Stripes e Chemical Brothers), Spike Jonze e Johan Soderberg (com seu instigante libelo contra o consumismo global: “Surplus”).

Aqui no Brasil, poderíamos citar os documentaristas João Salles e Eduardo Coutinho, que possuem um trabalho bem forte ligado às urgências urbanas.

Pensando na intersecção do vídeo com a linguagem multimídia, há o Joshua Davis, que tem um trabalho louco, desenvolvendo sistemas de geração de padrões.

Vale lembrar também do coreano recém-falecido Nan Jum Paik, pai da vídeo-arte e integrante do grupo Fluxus (atuante nos anos 60/70, propondo peças, ações, performances, concertos que desmistificavam a arte, trazendo-a para mais perto das dinâmicas da vida cotidiana).

Para citar um vídeo-artista contemporâneo, o jovem uruguaio Martin Sastre, com seus criativos vídeos de realismo-fantástico, em que atua como personagem de suas histórias paranóicas (num deles, propõe que Ladi Di não morreu e vive escondida no Uruguai).

Migrando para os trabalhos de arte, mais especificamente aqueles relacionados com o espaço público e as possibilidades de interação não mediadas e dominadas pelas formas convencionais de comunicação (foco do interesse do nosso núcleo de arte), podemos citar o aspecto satírico da obra do artista e grafiteiro inglês Banksy, as experiências lúdicas e new-tech do Graffiti Research Lab, o engajamento e a precisão formal emprestada da mass-media, expressos nos trabalhos de Barbara Krueger e Jenny Holzer, além dos veículos de expressãolibertação sociais do polonês Kristof Wodyscko.

Para citar alguns artistas que trabalham nesse recorte, aqui no Brasil, podemos falar do trabalho de Daniel Lima e da Frente 3 de Fevereiro, que mistura teatro, música e artes plásticas, apoiando a causa negra, o projeto Integração-Sem-Posse (no qual estivémos envolvidos), que se vincula a movimentos socias na luta por moradia, o grupo Contra-filé, que busca curto-circuitos nos canais da mídia, e os trabalhos solo dos artistas Cildo Meirelles, Mauricio Dias, Walter Riedweg, Rubens Mano, Marcelo Cidade e dos grafiteiros Zezão e Orion, só para citar alguns.

Na área Visual Jockey (VJ), cena onde temos atuado bastante, podemos falar dos 'jápas' do Glamoove (que desenvolveram um software potente para mixagem de imagens), das improvisações sobre jingles do Ecletic Method (UK), e do VJ Anyone (UK), com quem estamos desenvolvendo um projeto no momento (veja mais em
www.roland.com/audiovisual)

Outras referencias genéricas que nos inspiram, mas não estão relacionadas diretamente com o nosso fazer: o arquiteto holandês Rem Koolhas e seu olhar crítico e ácido sobre as metrópoles contemporâneas, os estudos envolvendo conceitos delleuzianos e psicanálise, na estruturação do ser contemporâneo de Suely Rolnik, o livro Abusado, do Caco Barcelos, sobre os traficantes do Rio, o produtor canadense de música eletrônica Richie Hawtin e o fanzine Sociedade Radiotiva, desenhada por amigos cartunistas.

Bom acho que é isso...com certeza faltou um monte...da próxima vez lembramos do resto. Valeu!

Maurício Brandão
Grupo BijaRi
www.bijari.com.br

Palha de Aço na Antena

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