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Paris 2024

YouTube olímpico: do squad da Play9 às transmissões da Cazé TV

15.05.24

Os Jogos Olímpicos - que retornam a sua plena normalidade em Paris, após as arenas esvaziadas de Tóquio - vão invadir todas as telas, da TV tradicional ao celular. Mas nesta edição haverá um número maior de criadores produzindo conteúdo in loco. É o que demonstrou o YouTube Brasil, que apresentou seu projeto “Paris é brasa” nesta quarta-feira, 15, em São Paulo.

Criada em parceria com o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e a Play9, a proposta pretende levar ao público uma cobertura dos Jogos de Paris feita com olhar diverso proporcionado por um squad que envolve nomes mais ligados a esportes e outros mais voltados para o entretenimento, chegando a 16 pessoas. O projeto já havia sido revelado em dezembro (reveja aqui). Agora a Play9 trouxe mais detalhes da cobertura.

O carro-chefe é o Podpah que terá uma adaptação de seu podcast, conduzido pela dupla Igão e Mítico e transmitido diariamente, às 19h (horário brasileiro), a partir de um estúdio montado na Casa Brasil, do COB. Ele será algo entre um “jornal humorístico” e um “Globo Esporte digital”, como comparou Gustavo Serra, sócio e CCO da Play9.

Em um cenário em que diversos canais deverão estar ativos no período dos Jogos, que vão de 26 de julho e 11 de agosto, a atração terá anúncios do tipo masthead, que ocupam o topo do feed inicial do plataforma, para chamar a atenção do público para o programa. "Nos dias olímpicos, entre 19h e 20h, todas as pessoas que entrarem no YouTube, exceto os assinantes premium, vão ver que o Podpah está ao vivo", contou Tales Almeida, gerente de soluções comerciais para esportes do YouTube.

Fátima Bernardes, que estreia seu canal no YouTube nesta quinta-feira, 16, é outro grande nome desse squad. A jornalista deverá levar à plataforma conteúdos baseados em suas experiências de coberturas esportivas no tempo em que foi profissional da Globo. Um dos planos é realizar um "almoço com medalhista". Fátima terá participações também no Podpah olímpico.

Paris é brasa” conta com quatro cotas de patrocínio. Três já estão acertadas e a quarta está em negociação. A expectativa é fechar os acordos até o final do mês. Elas não foram divulgadas. Mas ao menos uma delas já é patrocinadora do COB, que conta com 20 marcas.

Uma ativação em junho será a “ação de aquecimento” do projeto. O jornalista Clayton Conservani irá escalar o Mont Blanc, na França, para fincar uma bandeira do Time Brasil. Depois disso, as entregas estarão concentradas na cobertura a partir de Paris - vale observar que a disputa do surfe será no Taiti.

Além das 4 cotas de patrocínio, Serra revelou que outras marcas devem se somar ao projeto. Até às vésperas dos Jogos essas negociações serão mantidas. O desafio será desenvolver ações que respeitem as regras do Comitê Olímpico Internacional.

Como há atletas que têm patrocinadores, um dos regulamentos é que os desportistas não façam ativações ou publicidade enquanto estiverem competindo, exatamente para não perderem o foco. Soluções criativas estão em planejamento para não gerarem conflitos, mas a ideia é "hackear" no caso de marcas que não são patrocinadoras olímpicas, disse Serra. As entregas envolvem branded content também.

A Play9 terá um estúdio exclusivo para suas transmissões - que não envolvem exibições das competições. Pelo acordo com o COB, a empresa poderia utilizar o estúdio que o comitê preparou na Casa Brasil e que será compartilhado pela entidade com seus parceiros. No entanto, a decisão da Play9 foi montar seu próprio espaço no mezanino. É uma estrutura com cenografia, mesa e equipamentos para levar ao ar todos os dias conteúdo do “Paris é brasa”.

Para cuidar dessa produção, a Play9 terá uma equipe com cerca de 50 pessoas, sendo 20 a 25 profissionais locais. O restante será um time que viajará do Brasil para acompanhar as olimpíadas.

No squad estão criadores como Ellen Valias, do canal Atleta de Peso; Alê Xavier e Luana Maluf, do Passa Bola; e Matheus Costa, publicitário que viralizou com vídeos em dupla com seu pai, o Seu Zé. Enquanto Ellen e Matheus pretendem “sentir o clima de Paris” para criarem seus conteúdos (falando de corpos diversos, aceitação e esporte e entretenimento com um tom de fofoca do ambiente olímpico, respectivamente), as meninas do Passa Bola irão apostar muito nos vídeos curtos, em lives e vlogs de viagem. Se eles pudessem selecionar um atleta para participar de seus vídeos em Paris, as escolhas seriam Marta e Cristiane, da seleção feminina de futebol (a masculina não disputa os Jogos de Paris), Beatriz Souza (judoca negra) e Gabriel Medina, do surfe.

Também fazem parte do time, além dos mencionados, Valentina Bandeira, Fabão, Paul Cabennes, Tino Marcos, Daniel Braune, Rafa Tuma, Lactea e João Ferdnan.

Cazé TV com multiview

O YouTube pela primeira vez terá transmissão ao vivo dos Jogos Olímpicos. A Cazé TV, que conquistou os direitos de exibição e tem a parceria da LiveMode, oferecerá 500 horas de competições ao vivo. Entre os criadores que participarão da programação olímpica estão o surfista Pedro Scooby e o humorista Diogo Defante.

Pela plataforma de vídeo, o canal do streamer Casimiro Miguel irá oferecer a experiência do multiview, um formato que estreou nos EUA com a transmissão do Coachella no mês passado, em que o público podia acompanhar os shows em quatro palcos simultâneos.

A CazéTV tem como patrocinadores máster Corona, Esportes da Sorte, Hellmann's, iFood, Visa com Banco do Brasil, Vivo e Volkswagen. E como apoiadores estão Airbnb, Estácio e Subway.

A diversidade de conteúdos associados ao esporte, que vão desde uma transmissão de partida (como no Paulistão) até cortes e paródias, comprovam uma característica do YouTube detectada por pesquisa. Um estudo apontou que 80% dos brasileiros acreditam que a plataforma revela novas formas de consumir esporte.

Victor Machado, head de parcerias de esporte da empresa, afirmou que hoje o YouTube é o maior destino de esporte de graça no Brasil, mas referindo-se à quantidade de conteúdos.

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