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Estudo detecta mudanças e desejos de consumo, em meio à pandemia
Por conta da pandemia de coronavírus, novos hábitos de comportamento dos brasileiros, em relação ao trabalho, ao consumo e à convivência com seus familiares, vieram para ficar, segundo estudo da empresa de pesquisa e monitoramento de mercado Hibou, em parceria com a plataforma de dados Indico.
Segundo a pesquisa, 64,8% dos entrevistados já sentem o impacto negativo do isolamento em suas finanças. Já 32,5% dizem que os ganhos financeiros permaneceram os mesmos. E para 2,7%, os impactos foram positivos.
"Alguns setores souberam se adaptar mais rápido, como o de delivery de alimentos, ou fizeram a inclusão de novos produtos, como máscaras descartáveis e álcool gel, e com isso trouxeram uma nova renda ao negócio", observa Ligia Mello, cofundadora da Hibou e responsável pela pesquisa.
Mais da metade dos brasileiros, 53,7%, afirma evitar compras desnecessárias, e 34,7% dizem estar medindo melhor a necessidade de uma compra.
Além disso, 88,4% dos brasileiros garantem que pretendem comprar menos por impulso depois da quarentena e 72,2% afirmam que estão menos dispostos a pagar mais caro por um produto só por ser de uma marca famosa.
Já o consumo local ganha espaço: 61,5% dos entrevistados declaram estar mais dispostos do que antes a pagar um pouco mais caro por um produto que ajude a sua região ou cidade.
"A restrição de mobilidade trouxe um novo olhar das pessoas para os bairros onde residem, pois antes elas só circulavam no local pela manhã ou no retorno ao trabalho, quando quase tudo já estava fechado. Agora, elas passaram a conhecer o pequeno restaurante local, mercadinho da rua, entregador de água, e criou-se um laço que provavelmente será mantido após o confinamento", pondera Marcelo Beccaro, cofundador da Hibou e também responsável pela pesquisa.
O brasileiro acredita que as marcas têm um papel que vai além de seus produtos e serviços e esperam delas atitudes conscientes: 95,9% valorizam isso e 74,62% dos entrevistados dizem ter notado alguma grande marca realizando ações relevantes neste momento de pandemia. As mais citadas foram Ambev, Itaú, Magalu, Boticário, Ypê, Americanas, Seara, Natura e Bradesco.
O estudo também detectou que manter a casa como um espaço confortável e fazer viagens serão os focos dos investimentos do brasileiro após a quarentena. As viagens aparecem em primeiro lugar, com 29,1% dos brasileiros dizendo que vão aumentar seus gastos com elas. Já o valor destinado a reformas irá crescer para 12,3% dos entrevistados.