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Com consultoria para marcas, empresa amplia negócios
Há oito anos produzindo conteúdo – e desde o princípio abordando marcas -, a produtora Porta dos Fundos abre mais uma frente em seus negócios. Foi apresentada ao mercado nesta quarta-feira, 18, a unidade Porta dos Outros, uma consultoria para empresas que desejam impulsionar seus próprios canais com a expertise do grupo.
O primeiro projeto da área nasceu antes mesmo de o Porta dos Outros estar consolidado. É o “Leveza Desce Bem”, série da Skol com Thati Lopes e Rafael Portugal exibida no canal da marca no YouTube desde abril (veja vídeo abaixo). A relação entre a cervejaria e a produtora já estava estabelecida com “namoros anteriores”, como explica o CEO do Porta, Christian Rôças, o Crocas.
“A gente vinha observando que as marcas estão amadurecendo o entendimento de que não existe apenas uma forma de comunicar. Elas precisam se transformar em produtoras de conteúdo”, afirma. Havia uma demanda do mercado, com anunciantes manifestando para o grupo que não sabiam como tratar seus canais.
A Skol procurou o Porta com a ideia de um programa que tivesse um viés de “notícia boa” (leia mais aqui). Em vídeo, Ricardo Dias, vice-presidente de marketing da Ambev, explicou que a marca tem como um de seus pilares a diversão.
Para trabalhar seu canal, a decisão foi escolher o time da produtora para criarem um projeto que pudesse explorar essa vocação. “Leveza Desce Bem” já tem 12 episódios e soma mais de 18 milhões de views, conta Dias. Pelo perfil do projeto, ele inaugura o Porta dos Outros.
“Vamos fazer branded channel. Podemos cuidar do canal das marcas por seis meses, por um ano”, disse Ian SBF, diretor e cofundador da empresa. “Administrar um canal não é fácil. Quando a marca precisa tocar essa parte, vira outra demanda para eles”, acrescentou.
A nova área é flexível. A especialidade está em produzir conteúdo e criar para as plataformas digitais. Ao fechar um contrato com uma marca, o Porta poderá chamar mais colaboradores para cumprir os objetivos do projeto que aportar na empresa, esclareceu Crocas. Com isso, o Porta poderá ajudar no desenvolvimento da estratégia, na definição do tom de voz em função das comunidades visadas e, claro, no planejamento do conteúdo.
A produtora contratou mais pessoas no período da quarentena, sendo que hoje conta com 13 talentos na equipe.
Outros negócios
Lançada no ano passado, a área internacional do Porta, o Backdoor, está crescendo no México, onde a empresa abriu sua primeira operação fora do Brasil. Até o momento são 3,5 milhões de inscritos e 365 milhões de views acumulados.
O sucesso do Backdoor já o coloca como o maior canal de humor do México. O plano de internacionalização continua, com negociações acontecendo em outros mercados, mas o Porta não revela quais serão os próximos passos. No ano passado, a produtora havia informado que uma parceria na Espanha já estaria em andamento (veja mais aqui).
Com a pandemia, novos projetos nasceram. Fábio Porchat, cofundador e integrante do time de criadores, contou que, logo que a quarentena foi decretada, não havia nenhuma perspectiva sobre o que aconteceria no Brasil e no mundo – como ainda não há.
A saída foi reunir o grupo e pensar novas formas de produzir conteúdo e pensar em mais e mais projetos. “Tínhamos vídeos para dois meses”, relembrou. Mas era preciso pensar no que fazer dali em diante.
Entre os projetos que nasceram estão “Família sem filtro”, “Quarentena com dona Helena”, "Trabalhando em casa" e “Plantananã”, com Rafael Infante, que retornou ao time. O "Família sem filtro" está em busca de novos patrocinadores - a Oi foi apoiadora do projeto (confira aqui).
Na segunda-feira 17, o Porta estreou mais um quadro em seu canal, “Polêmicas da Semana”, criação de Gregório Duvivier, o que demonstra o fôlego da empresa. A produtora responde também por programas que estão na TV paga, como “Que história é essa?” (GNT) e “Greg News” (HBO).
“O especial de Natal já está escrito e a gente começa a filmar em setembro. A nova temporada do ‘Que história é essa’ está fechada com 17 episódios no novo formato”, adiantou Porchat, que retomou o programa com ele sozinho no estúdio.
Há apenas um projeto que está parado, o reality show que fariam no YouTube para contratar o “novo ex-ator do Porta”, conteúdo que entraria na grade do YouTube Originals. A razão é simples: a proposta era viajar pelo Brasil. Com a quarentena, o plano teve de ser adiado.
Esses movimentos demonstram como o Porta conseguiu dar a volta por cima depois de ter sofrido um atentado no final de dezembro. Os ataques com bombas sobre o prédio da produtora aconteceram depois da repercussão do especial de Natal, que desagradou alguns grupos conservadores. Apesar da gravidade do atentado, as investigações sobre o crime quase não avançaram.
Metas quase batidas
Porchat revelou ao Clubeonline que a meta financeira está para ser batida. Esses valores foram estabelecidos no ano passado. Portanto, quando não havia um cenário de pandemia. “Estamos indo muito bem. Vamos superar as metas antes do final do ano”, afirmou Crocas, que entrou para a empresa no início de dezembro.
No Brasil, o Porta informa ter mais de 7,4 bilhões de views, mais de 32,5 milhões de seguidores e um índice de retenção de 75%. A maior parte de sua audiência (72%) acontece via celular. A TV e o tablet respondem por 10,1% da audiência e o PC, por 16% - consoles ficam com 1,8%.