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Verbete sobre ansiedade ganha relatos reais
Um dos maiores males da sociedade contemporânea, a ansiedade frequentemente não tem seu impacto sobre a vida das pessoas realmente percebido. A palavra pode estar nas conversas rotineiras, porém ainda há muitos tabus a respeito da doença. Para ajudar a população a entender o que, de fato, é um transtorno ansioso, a Editora Melhoramentos e o projeto Post em Branco uniram esforços e agora o verbete “ansiedade” traz relatos reais para quem fizer a consulta no dicionário online Michaelis.
Por meio desses depoimentos, a realidade da ansiedade e os sentimentos ligados a uma crise são explicados. A ação pretende fornecer mais informações sobre saúde mental e, assim, reduzir o preconceito em torno do tema. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país com a maior taxa de pessoas com transtornos de ansiedade no mundo: são quase 20 milhões de indivíduos.
A ideia da ação, batizada de “An-si-e-da-de Explicada”, é do criativo Daniel Portuga, que lançou o Post em Branco, plataforma sobre saúde mental, com produção de conteúdo, parcerias e um ponto de referência para quem sofre de ansiedade. O projeto começou como um experimento no Instagram (@post.branco) durante uma crise vivida por Portuga, que tem Transtorno de Ansiedade Generalizado (TAG).
O Post em Branco – que também conta com o trabalho do diretor de criação Rodrigo Esteves, cofundador e igualmente diagnosticado com TAG – procura ajudar quem está enfrentando uma crise, encorajando a busca por tratamento, e serve de ferramenta para que amigos e familiares percebam que a pessoa está passando por um mau momento. Uma postagem sem texto e sem imagem sinaliza o que está acontecendo.
Portuga contou ao Clubeonline que ele estava procurando no dicionário a definição de “ansiedade” para um conteúdo do Post em Branco. Na hora, notou que o verbete era muito técnico. Ele não se viu na explicação. Percebeu também que as mensagens recebidas no perfil do projeto iam muito além do que estava descrito. “Com esse insight, fiz a lição de casa: estruturei a ideia, a apresentação e no LinkedIn, ‘de porta em porta’, fui batendo em todas as pessoas que trabalham na editora”. A Melhoramentos abriu a porta para o “An-si-e-da-de Explicada” e decidiu inserir relatos verdadeiros, humanos e empáticos junto ao verbete no Michaelis.
Desde a segunda-feira 16 eles podem ser lidos no dicionário online. E não há data para a ação ser encerrada. Ter sido lançada neste período é importante também para chamar atenção para o Janeiro Branco, mês dedicado à conscientização sobre saúde mental.
As mensagens citadas no “An-si-e-da-de Explicada” foram enviadas espontaneamente para o perfil do Post em Branco, onde foram publicadas. Para a ação, os autores dos depoimentos escolhidos não foram revelados, em respeito à privacidade de cada pessoa. Há mensagens como “Ansioso – Estou com a respiração meio ofegante, mente bagunçada, vontade de chorar o tempo todo”.
Talita Zanqueta, do time de marketing da Editora Melhoramentos, reforçou o peso da parceria. “Dessa forma, trazemos um lado mais humano para o dicionário Michaelis, apresentando relatos reais sem edição, de uma maneira totalmente informativa e criativa. E abrimos um novo canal de informação sobre saúde mental”.
Além disso, a empresa está oferecendo descontos para livros da editora que tratam do tema e que estão à venda na Amazon. No final do processo de compra das obras “Seja Fale Faça”, “Perfeição não, Felicidade!” e “Fundo do Poço, o lugar mais visitado do mundo”, o consumidor receberá 30% de desconto nos respectivos livros. Nesse caso, a promoção é por tempo limitado.
A ação está sendo divulgada no perfil do Post em Branco e da Melhoramentos no Instagram.
A atenção do mercado
Ansiedade é um problema que afeta muitos profissionais do mercado de comunicação. Apesar disso, o setor ainda precisa avançar no conhecimento da doença e seus efeitos sobre o cotidiano de seus funcionários. Questionado sobre a percepção das agências em relação aos males da mente, Daniel Portuga – que está há três anos na Razorfish, em Nova York (atualmente como vice-presidente) – responde que os sinais já foram dados, com quadros de ansiedade e burnout e com mais “profissionais trocando empresas por menos salário e mais qualidade de tempo”.
“As agências estão começando a perceber que a matéria prima dos seus negócios vai além de cumprir prazos”, disse, acrescentando é preciso respeitar também os “prazos” pessoais dos colaboradores. “Sim, existe mais atenção, mas não compreensão”.
Segundo ele, um bom exemplo disso é o “Short Friday” adotado por algumas agências por preocupação com a saúde mental. “Mas isso não adianta nada se existe um ‘call de status’ marcado para as 17h, terminando às 20h, com a possibilidade de trabalhar no final de semana. Realmente não faz sentido”.
Nas palavras de Portuga, saúde mental não é um tema para ser tratado somente pelo RH. Ela deve fazer parte da estrutura e os cuidados com o bem-estar psicológico devem ser vividos por todos os níveis hierárquicos dentro da empresa.
Lena Castellón