Publicidade ‘Diversensível’

No "Dia Internacional dos Direitos Humanos", comemorado nesta terça-feira (10), a Agência Bistrô, de Porto Alegre (RS), apresenta o "Guia para uma Publicidade Diversensível", um manual que pretende colocar a publicidade no centro das discussões sobre inclusão e direitos humanos.

Disponível aqui, o material procura reunir diretrizes práticas para que agências e empresas desenvolvam campanhas alinhadas aos princípios de diversidade.

Produzido pelo Comitê Social da Bistrô, formado por grupos de afinidade LGBTQIA+, pessoas negras, indígenas, pessoas com deficiência (PcDs) e mulheres, o guia contou com a consultoria de Lis Welch, artivista, produtora editorial e uma pessoa travesti, que realizou uma revisão do conteúdo.

O guia aborda temas como representatividade, interseccionalidade e narrativas reparadoras e traz um glossário que explica termos relacionados à diversidade. O material também dedica uma seção para orientar marcas e agências sobre como tornar seus conteúdos acessíveis para pessoas com deficiência.

"Com este guia, queremos mostrar que a publicidade também deve ter um compromisso com os direitos humanos, enquanto fornecemos às marcas e agências ferramentas práticas para evitar estereótipos e criar narrativas autênticas e transformadoras", defende Gabriel Besnos, vp de criação e sócio da Bistrô.

Dados de pesquisas apresentados na publicação revelam que 76% dos brasileiros preferem consumir produtos e serviços de empresas que demonstram alinhamento com causas sociais. E campanhas que refletem a diversidade têm mostrado maior engajamento, além de gerar impactos positivos na reputação das marcas.

"Promover a diversidade não é mais uma escolha, é uma demanda do público. Criar campanhas 'diversensíveis' é um investimento que reflete positivamente tanto na imagem da marca quanto em seu relacionamento com o consumidor", observa Besnos.

O vp de criação também salienta que é essencial garantir que as histórias sejam contadas por quem vive essas realidades. "Quando as marcas terceirizam essas narrativas, correm o risco de perpetuar estereótipos e falhar na representação genuína de grupos historicamente marginalizados", adverte.

O guia conta com o apoio institucional da Associação Riograndense de Propaganda (ARP) e do Sinapro RS (Sindicato das Agências de Propaganda do Rio Grande do Sul), que promoverão a divulgação do material para o mercado.