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Publicidade infantil

Vigor é multada em + de R$ 1 milhão

04.03.20

A Fundação Procon-SP multou a Vigor em mais de R$ 1 milhão por causa de campanha que promove o Vigor Grego Kids, iogurte lançado em 2014 com foco no público infantil.

Segundo o Instituto Alana, que denunciou o caso ao órgão em 2015, o Procon entendeu que a "estratégia publicitária desenvolvida pela marca exerceu pressão sobre as crianças, para persuadi-las ao consumo indiscriminado do produto, devido ao uso de expressões assertivas e imperativas nas peças publicitárias e à relação criada entre desenho animado, game e cards colecionáveis e a imagem do produto."

Em 2014, foi veiculado um filme (assista abaixo), dirigido ao público infantil, criado pela Fischer para Vigor, que trazia a seguinte chamada: "Atenção pessoas nascidas a partir de 2003, a Vigor tem uma notícia extraordinária", além de depoimentos de crianças com frases como "Dá vontade de comer os quatro", depois de experimentarem o produto.

Na ocasião, a empresa também firmou parceria com a Walt Disney Studios para patrocinar a exibição da série "Star Wars Rebels" (assista ao filme, abaixo). A estratégia incluiu o desenvolvimento de um jogo de realidade aumentada para mobile. A chave de acesso era a própria embalagem do produto, que continha cards colecionáveis. A campanha de divulgação foi exibida em rádio, almanaques, gibis e canais infantis na TV paga do grupo Disney.

"Comemoramos a decisão do Procon-SP, que reconhece a ilegalidade da publicidade infantil em um momento de forte debate sobre a prática, ocasionado pela proposta de criação de portaria sobre o tema (leia aquipor parte da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon)", comenta Livia Cattaruzzi, advogada do programa Criança e Consumo. "Enquanto o texto dessa nova proposta ignora a legislação existente, desconsidera pesquisas e, ainda, ameaça enfraquecer as regras atuais vigentes, é de fundamental importância a atuação dos órgãos do sistema nacional de defesa do consumidor na proteção da infância, para coibir que crianças continuem sendo exploradas comercialmente", defende a advogada.

Leia anteriores sobre o assunto aqui e aqui.

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