Publicidade online

Todos os anos, desde 2012, o Google revela os números de anúncios removidos e contas punidas por violarem as regras de veiculação de publicidade em suas plataformas, o que inclui busca, YouTube e display. Os dados são relativos ao ano anterior. A big tech também atualiza políticas para anunciantes e publishers ou lança diretrizes em função de novos comportamentos nocivos para a saúde da plataforma e para a segurança dos usuários.

Em 2022, o total de anúncios banidos superou a barreira dos 5 bilhões, um salto significativo sobre o resultado do ano anterior. Em 2021, foram removidos 3,4 bilhões. De fato, segundo o novo relatório de segurança de publicidade online do Google, que foi apresentado nesta quarta-feira, 29, o número atual é de mais de 5,2 bilhões.

Dois anos atrás, as peças publicitárias retiradas da plataforma foram 3,1 bilhões. E em 2019, 2,7 bilhões.

Outros dados do relatório mostram como 2022 teve uma forte infração de regras. O Google suspendeu mais de 6,7 milhões de contas de anunciantes e foram bloqueados ou restringidos anúncios que teriam sido veiculados em mais de 143 mil sites de publishers. Para comparar, vale mostrar os números de 2021 relativos a essas informações: foram suspensas mais de 5,6 milhões de contas de anunciantes e os sites de publishers que tiveram publicidade bloqueada ou restrita chegaram a 63 mil.

A big tech informa ainda que foram atualizadas ou criadas 29 políticas para anunciantes e publishers. Isso incluiu a expansão de um programa de verificação de anunciantes de serviços financeiros para 10 países, a melhora de regras voltadas para proteger adolescentes e fortalecimento das diretrizes para anúncios eleitorais.

Para aumentar a segurança na plataforma e aplicar as políticas em grande escala, o Google usa uma combinação de revisões feitas por pessoas e sistemas automatizados que utilizam inteligência artificial e machine learning. Desse modo, a companhia classifica conteúdos e detecta violações em todo o mundo de forma eficiente.

O Relatório de Segurança de Publicidade Online com o balanço do que foi feito em 2022 pode ser acessado aqui.

Central de Transparência

Além de atualizar suas políticas de combate à má publicidade (o que envolve desde fraudes a conteúdo com desinformação), a gigante tecnológica apresenta uma novidade: um hub para dar mais acesso, com facilidade e agilidade, a informações a respeito da propaganda online distribuída em suas plataformas. É uma Central de Transparência de Anúncios.

O Google aponta que, diariamente, mais de 30 milhões de pessoas interagem com os recursos de transparência de anúncios e controles oferecidos pela companhia.

De acordo com Alejandro Borgia, diretor de produto para segurança de anúncios do Google, essa central é resultado de uma longa jornada de trabalho. Em 2018, a big tech começou a exigir, nos Estados Unidos, a verificação de anunciantes interessados em usar suas plataformas para campanhas eleitorais. Era preciso incluir quem pagou por cada peça publicitária.

“Em 2020, demos um passo além ao introduzir um programa global de verificação de anunciantes, que exige que os anunciantes do Google confirmem informações sobre sua área de atuação, onde operam e seus produtos e serviços. Em outubro passado, lançamos globalmente a Minha Central de Anúncios, uma forma de colocar nossos usuários no controle do que veem na Busca, no YouTube e no Discover – a partir dos próprios anúncios”, afirmou.

Com o novo hub, uma pessoa poderá, por exemplo, procurar uma determinada marca que a impactou com um anúncio. Ela poderá conferir na Central de Transparência mais informações sobre a empresa antes de fazer uma compra.

Já a Minha Central de Anúncios permite limitar anúncios em categorias sensíveis. A ferramenta entende as informações usadas para personalizar a experiência com anúncios. Em seus primeiros três meses, o recurso recebemos mais de 70 milhões de visitas globalmente, com pessoas ajustando suas preferências em mais de 20% dessas visitas.

Para conhecer mais da Central de Transparência, acesse aqui. E para entrar na Minha Central de Anúncios, o link é este.

Alguns destaques do relatório de segurança:

- Fraudes e golpes – “As atividades fraudulentas continuam a crescer. Embora não sejam um fenômeno da publicidade online, elas podem causar prejuízos financeiros reais. Em 2022, expandimos nosso programa de certificação de serviços financeiros, que exige que anunciantes demonstrem que eles foram autorizados por um órgão regulador local para promover seus produtos e serviços. Essa medida adicionou uma nova camada de segurança contra os fraudadores e também ajuda as pessoas a evitarem golpes. Até o momento, nós lançamos esse programa em países como Reino Unido, Austrália e Singapura. No total, apenas em 2022, bloqueamos e removemos 142 milhões de anúncios por violações à nossa política de deturpação e 198 milhões de anúncios por violar nossa política de serviços financeiros”.

- Desinformação – “Nos últimos anos, nós desenvolvemos uma série de medidas para enfrentar a desinformação e afirmações falsas em nosso ecossistema de publicidade. Isso inclui nossas políticas contra declarações não confiáveis que possam prejudicar de forma significativa a participação ou a confiança no processo eleitoral. Nós também desenvolvemos uma política pioneira na indústria contra declarações contra o consenso científico oficial sobre mudanças climáticas. Em 2022, nós impedimos a exibição de anúncios em mais de 300 mil páginas de publishers que violavam essas políticas e bloqueamos mais de 24 milhões de anúncios que violavam as nossas políticas de serem exibidos. Além disso, nósbloqueamos e removemos mais de 51,2 milhões de anúncios por conteúdo inapropriado, incluindo discurso de ódio, violência e declarações prejudiciais sobre saúde e 20,6 milhões de anúncios de produtos e serviços perigosos, incluindo armas e explosivos”.

- Eleições (incluindo Brasil) – “Antes de grandes eleições pelo mundo, nós continuamos nossos esforços para permitir que eleitores tivessem acesso a informação confiável sobre os anúncios eleitorais em nossas plataformas. Como parte desse trabalho, nós expandimos nosso processo de verificação e transparência de anúncios eleitorais, verificamos mais de 5,9 mil anunciantes nos Estados Unidos e 2,3 mil somente no Brasil. Os anúncios eleitorais desses anunciantes incluíam informações que mostravam quem pagou por esses anúncios, que também foram incluídos em nosso Relatório de Transparência de Publicidade Política. Nós também bloqueamos 2,6 milhões de anúncios eleitorais de anunciantes políticos que não completaram o processo de verificação obrigatório em todo o mundo”.