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Quarta Mídia

Dissidência de editoras deve criar nova distribuidora de revistas

14.11.07

Quarta Mídia - 14/11/2007


Editoras articulam abertura de nova distribuidora de revistas; Época SP será semanal a partir de março; revista Criativa terá formato pocket.


 Nova distribuidora de revistas 1


Um grupo de editores de revistas capitaneado por Hercílio de Lourenzi, da Escala, descontente com a aquisição da Fernando Chinaglia Distribuidora pelo Grupo Abril, anunciada há um mês, está articulando a criação de uma nova empresa para atuar no segmento, que seria independente. Com a compra da Chinaglia, a Abril anunciou também a criação da Treelog S.A. Logística e Distribuição, que encampará em seu guarda-chuvas as operações da Chinaglia e da Distribuidora Nacional de Publicações (Dinap), que já era da Abril. O grupo comandado pela família Civita concentraria, na Treelog, quase 100% do mercado nacional de distribuição de revistas. Segundo fonte desse colunista, no grupo de editoras descontentes estariam Escala, Três, Globo, Europa, Símbolo e Panini.


Nova distribuidora de revistas 2


O que leva editores de revistas ao desconforto com relação à criação da Treelog é que essa empresa é controlada por um outro editor de revistas, o mais forte concorrente deles todos. Afinal, a Abril sozinha é maior do que todas as outras editoras somadas: detém cerca de 70% do que é investido em publicidade no meio revista e seus títulos superam os 60% de toda a circulação de revistas do Brasil. Se os demais concorrentes da Abril conseguirem deixar de trabalhar com a Fernando Chinaglia para atuar com uma nova distribuidora, a Chinaglia entraria para a Treelog em dezembro com seu portfólio de clientes quase que completamente esvaziado. Isso se o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovar a compra pelo Grupo Abril.


Nova distribuidora de revistas 3


Quem já foi procurado pelas editoras dissidentes da Chinaglia é o Grupo Estado, que acaba de montar uma empresa de distribuição de produtos não editoriais, batizada Estadão Solução Logística Ltda., para atuar mais com e-commerce. Antônio Hércules Jr., diretor de marketing e mercado leitor do Grupo Estado confirma que a Oesp foi consultada por alguns editores de revistas que sugeriram a criação de uma nova empresa de distribuição dessas publicações, mas garante que houve apenas uma conversa inicial e que sua companhia está estudando a possibilidade. “Estamos fazendo contas, pois esse trabalho envolve um investimento significativo de capital”, afirma Hércules Jr. O executivo do Estadão não descarta a possibilidade de outros grupos também terem sido consultados pelos editores de revistas descontentes. Vale lembrar que Estadão e Folha mantém em conjunto a SPDL – São Paulo Distribuição e Logística, criada em setembro de 2001 e que atua desde o início de 2004 exclusivamente com os jornais diários dos dois grupos.


Nova distribuidora de revistas 4


Buscar uma alternativa à Fernando Chinaglia pós-entrada no Grupo Abril, ao lado da Dinap na Treelog, é totalmente lícito por parte das editoras de revistas descontentes. Ao mesmo tempo em que a maioria dos editores concorrentes da Abril se sentiu desconfortável com a aquisição da Chinaglia, nos contratos das editoras com a empresa que agora entra para o Grupo Abril há uma brecha legal que permite o rompimento da parceria no caso de venda da distribuidora. Assim, Escala, Três, Globo, Europa, Símbolo e Panini estariam livres para migrar para uma nova distribuidora de revistas, seja ela do Grupo Estado ou pertencente à outra corporação.


Fusão já começou


Apesar do Grupo Abril garantir que a Treelog será um guarda-chuvas que manterá separadas as operações da Dinap e da Fernando Chinaglia, a fusão de algumas áreas das duas empresas já começou. A distribuição para lojas de varejo (não para as bancas, que fique claro) já foi unificada, assim como os departamentos de promoção das duas editoras foram fundidos em um só.


Época São Paulo semanal em março


A Editora Globo planeja para março de 2008 o lançamento da revista Época São Paulo, que terá circulação semanal juntamente com a Época “mãe”. Detalhes do projeto são mantidos a sete chaves. A Globo produz algumas edições especiais da revista com esse nome, mas elas são sempre temáticas, relacionadas a algumas datas comemorativas, como Dia das Mães, Natal etc. O diretor geral da editora, Juan Ocerin, não confirma que o lançamento da nova Época São Paulo aconteça em março e diz apenas que há um estudo neste sentido.


Criativa em formato pocket


Outra novidade da Globo é a versão pocket da revista feminina Criativa. Ocerin confirma a informação e conta que o título começará a ter dois tamanhos a partir de janeiro. Ele nega, porém, que o atual formato de Criativa venha a ser descartado em breve. “A revista vai circular em dois formatos apenas em períodos especiais, como férias de verão, por exemplo”, diz o diretor geral da editora.


Retorno às origens


O principal acionista da Rede TV!, Amílcare Dallevo Jr., fez fortuna com a exploração dos sistemas de chamadas telefônicas pagas pelo prefixo 0900, na década de 1990. Agora a Rede TV! veicula de forma intensa programas de “leilão” via telefone, em que a pessoa que fizer o menor lance leva o produto ofertado – em geral, automóveis. O modelo é diferente do anterior, mas tem a mesma função daquele de antigamente: funcionar como uma espécie de caça-níqueis por meio do telefone. E o espaço em que isso é veiculado é “comprado” por Dallevo em sua própria emissora, ou seja, a receita gerada com esses leilões não tem relação alguma com a receita da Rede TV!.


Amaury Jr. ganha show


O apresentador Amaury Jr., da Rede TV!, ganha um novo programa a partir desta semana. Trata-se de uma atração na linha de shows ao vivo, com apresentação de cantores e celebridades, que será veiculado aos sábados, entre 22 horas e meia noite. Diariamente, Amaury Jr. já conta com sua coluna social eletrônica na grade da Rede TV!.


Investimento em papel


Fonte deste colunista afirma que o Grupo Abril já tem definido um novo foco de investimentos para 2008: o setor de produção de papel. A corporação controlada pela família Civita pode vir a se tornar acionista de uma indústria de papel e celulose. Procurado pela coluna, o Grupo Abril ainda não se manifestou sobre qualquer movimentação neste sentido.


SBT desnorteado


O jornal Valor Econômico desta quarta-feira, dia 14, apresenta reportagem assinada pela jornalista Eliane Sobral com o título “A difícil missão de suceder Sílvio Santos no comando do SBT”. A matéria merece atenção por mostrar que, de fato, o SBT é uma emissora de um homem que faz o que deseja, sem se importar com o que pode ser melhor ou pior para o futuro para sua empresa. A ditadura de Silvio Santos em relação à gestão de seu canal de TV está levando a emissora a despencar ladeira abaixo. Hoje ela ainda ocupa o segundo lugar em investimentos publicitários, mas esse posto vai ser perdido em breve para a Record, que investe com seriedade e de forma muito profissional em qualificação e conquista de audiência e em marketing publicitário. O Valor termina sua matéria mostrando o que todo o mercado já enxerga: Silvio Santos não tem mais a magia de outrora e sua manutenção à frente das decisões estratégicas será o pior que poderia acontecer à emissora. O SBT precisa de uma gestão profissionalizada.

Por Marcelo Affini – quartamidia@ccsp.com.br

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