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O que rolou: Felipe Neto no NYT, Tomorrowland, Taylor Swift, John Lewis...
O Clubeonline traz mais uma lista de fatos, histórias e experiências que rolaram no mês que passou. Nem sempre são acontecimentos ligados à comunicação, mas, sim, são assuntos que podem alimentar debates, gerar insights, provocar reflexões ou ajudar a inspirar o mercado.
Em julho, a área de Opinião do jornal The New York Times chamou a atenção do público: primeiro com um vídeo de Felipe Neto, que falou sobre “o pior presidente da pandemia”. Depois com o artigo escrito pelo ativista e congressista John Lewis, companheiro de Martin Luther King, que preparou um texto para ser publicado após sua morte, com uma mensagem de esperança. Esses são dois dos destaques que separamos para esta coluna.
Desde janeiro, o Clubeonline está recapitulando histórias que aconteceram no mês. Confira cada uma das listas anteriores: janeiro, fevereiro, março, abril, maio e junho.
- “Trump não é o pior presidente da pandemia” – Com este título, Felipe Neto fez uma super comentada aparição no New York Times. O formato escolhido pelo influenciador e empresário não poderia ter sido outro que não o vídeo, o meio pelo qual construiu sua carreira. Veiculado no dia 15 de julho, o conteúdo (de seis minutos de duração) logo foi comentado nas redes sociais, tornando-se trending topic. Felipe mostra, em um vídeo com gráficos, porque considera Jair Bolsonaro pior do que Donald Trump no combate à covid-19. Diretor e produtor executivo de Opinion Video do NY Times, Adam Ellick contou, em entrevista para a Época, que há dez anos acompanha notícias sobre o Brasil, desde sua primeira visita ao país. Para informar aos americanos sobre a “trágica resposta do Brasil” à pandemia, ele pensou quem poderia falar sobre isso. Como uma das missões de sua área – ele também produz documentários para o jornal – é atrair jovens e apresentar novas vozes, a decisão caiu sobre Felipe. “Ele era um blogueiro de vídeos que falava de frivolidades, mas que agora vem usando sua voz para tratar de assuntos políticos. Ele é um cidadão inteligente com muitos seguidores”, comentou Adam. Foram contratados um produtor e um editor para o vídeo com Felipe. O modelo de vídeos de opinião surgiu há dois anos e meio. Foi uma maneira do jornal abrir para vozes que não são do mainstream ou que não se associariam de imediato à área de Opinião. Adam foi correspondente internacional do NY Times. Em 2009, ele “revelou” ao mundo a garota paquistanesa Malala Yousafzai por meio de um documentário que fez, “Malala’s Story”.
- Mais Malala – Ganhadora do Nobel da Paz, Malala foi uma das convidadas internacionais do Expert XP, organizado pela empresa de investimentos. Não foi o único nome estrelado do evento, que ampliou sua pauta. Entre os palestrantes estava também Magic Johnson, ex-jogador da NBA. Formada recentemente em filosofia, economia e política na Universidade de Oxford, Malala contou sua história e teve a companhia do pai na transmissão feita durante o evento. “A melhor lição que eu aprendi na minha jornada é que é muito importante fazer sua parte. Às vezes você acha que apenas uma voz não vai produzir qualquer mudança. Mas se pensarmos assim, nada vai mudar”, disse. O conteúdo do Expert XP está disponível aqui.
- A experiência do Tomorrowland – Uma das referências de festival de música eletrônica, o Tomorrowland foi um dos eventos cancelados pela covid-19. Mas os organizadores decidiram criar uma versão digital da festa que reúne DJs de várias partes do mundo em um espaço repleto de luzes e cores, que hipnotizam multidões. Entre os dias 25 e 26, aconteceu o Tomorrowland Around The World, na ilha virtual de Pāpiliōnem, e não em Boom, na Bélgica. O espaço digital foi preparado para receber oito palcos. Quem adquiriu ingressos (no valor de até 290 Euros, com direito a pulseira e uma caixa de som da JBL, além de ver de novo os shows) poderia circular pelo local digital do evento e curtir as apresentações de cerca de 60 DJs, entre eles Katy Perry (grávida), Armin van Buuren, David Guetta, Stevie Aoki, Tiesto, Martin Garrix, Amelie Lens e os brasileiros Cat Dealers, Anna e Vintage Culture. A organização informou que o evento teve mais de um milhão de views. Para compor os palcos, foram contratados quatro estúdios em lugares diferentes, todos com fundo verde para inserção de imagens: Boom, Los Angeles, Sydney (Austrália) e São Paulo. A criação em 3D do ambiente virtual da ilha teve dez vezes mais polígonos e luzes do que muitos jogos de computador. E foram criadas 32 mil árvores e plantas em Pāpiliōnem. O festival contou com Inspiration Sessions, com personalidades como Shaquille O’Neal e Will.I.am. Foram tantos os detalhes e cuidados que os organizadores afirmaram que levariam dois anos para que a edição digital acontecesse de forma a recriar o espírito do festival ao vivo e in loco. Mas eles conseguiram realizar o evento em três meses mesmo.
- Taylor Swift à mineira – A cantora lançou seu oitavo álbum como se seguisse a moda mineira. Não falou nada sobre seu novo trabalho e, de repente, lá estava ele, lançado. "Folklore" foi anunciado apenas horas antes de ser disponibilizado nas plataformas de streaming, no dia 24. Estratégia fadada ao fracasso? De jeito nenhum. O álbum tem 16 músicas. Delas, 13 entraram nas paradas de singles. Na Billboard 200, Taylor alcançou a primeira posição de vendas. Foram 846 mil discos vendidos nos primeiros sete dias. Na Hot 100, que conta a venda de singles, assumiu a dianteira com a canção “Cardigan”. Com isso, ela é a primeira artista a figurar nos dois rankings na mesma semana. Além disso, a cantora entrou no livro dos recordes com o álbum feminino mais reproduzido em 24 horas no Spotify, com 80,6 milhões de streamings.
- Mensagem de esperança – “Embora eu não esteja mais aqui, peço que responda ao chamado mais alto do seu coração e defenda o que você realmente acredita”, escreveu John Lewis, ativista dos direitos civis e do movimento negro e de igualdade racial nos EUA, em artigo que entra para a posteridade. O texto foi preparado pelo antigo companheiro de Martin Luther King, que morreu no dia 17 de julho, aos 80 anos. O artigo foi escrito pouco antes de falecer com a recomendação de que fosse publicado no dia de seu enterro. Saiu na página de Opinião do NY Times. Em uma parte do texto, Lewis escreve: “Como muitos jovens de hoje, eu estava procurando uma saída, ou, como alguns poderiam dizer, uma entrada, e então ouvi a voz do Dr. Martin Luther King Jr. em um rádio antigo. Ele estava falando sobre a filosofia e a disciplina da não violência. Disse que todos somos cúmplices quando toleramos a injustiça. Disse que não basta dizer que isso vai melhorar a cada dia. Disse que cada um de nós tem uma obrigação moral de se levantar, erguer sua voz e se manifestar. Quando você vê algo que não está certo, você deve falar. Você deve fazer alguma coisa. Democracia não é um estado. É um ato, e cada geração deve fazer sua parte para ajudar a construir o que chamamos de Comunidade Amada, uma nação e sociedade mundial em paz consigo mesma.” Lewis, que testemunhou muitos acontecimentos na história da luta contra a segregação racial, quis ver pessoalmente algumas manifestações do movimento Black Lives Matter. Contou que se encheu de inspiração, apesar de ter ido parar no hospital no dia seguinte. O artigo do NY Times se encerra desta forma: “Quando os historiadores pegarem suas canetas para escrever a História do século XXI, digam que foi a sua geração que finalmente pôs fim ao fardo pesado do ódio e que a paz finalmente triunfou sobre a violência, a agressão e a guerra. Por isso, eu lhes digo: andem com o vento, irmãos e irmãs, e deixem o espírito de paz e o poder do amor eterno ser o seu guia.” Lewis, que também foi congressista, teve cortejo passando pela famosa ponte de Selma e recebeu homenagens de várias pessoas, entre elas, Barack Obama.