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Ligada à VMLY&R, Mutato reafirma independência
Na oficialização da união das operações da VML e da Y&R no Brasil, na semana passada (leia aqui), o WPP anunciou que a Mutato passou a integrar o Grupo VMLY&R, deixando de estar ligada à Wunderman. A agência nasceu como uma startup incubada na então J.Walter Thompson, em 2012. Apesar do que pode sugerir a movimentação, a Mutato afirma que a gestão da operação é 100% independente.
Em comunicado, a empresa se posiciona como “uma agência contemporânea cuja cultura e valores aportam relevância cultural, diversidade e sólidos resultados de negócios para seus clientes e marcas”. Entre eles estão Ambev, Brown-Forman (Jack Daniel's), Facebook, Grendene (Ipanema), Grupo Boticário (Quem Disse, Berenice?), Netflix, Samsung e Waze.
A Mutato destaca que, por meio de uma atuação independente dentro do ecossistema do Grupo WPP, “está sempre conectada a uma rede global para efeito de reporte financeiro”. A mudança para o grupo VMLY&R se deu em junho, “com gestão local 100% independente”.
A agência é liderada pelos cofundadores Andre Passamani e Eduardo Camargo e os sócios Decio Freitas (vice-presidente de negócios) e Daniel Cecconello (vice-presidente de operações). Procurada pelo Clubeonline para saber mais da mudança, a Mutato respondeu às perguntas da reportagem por meio do coCEO Eduardo Camargo.
Clubeonline - Do momento em que surgiu até esta fase, em que se encontra ligada ao grupo VMLY&R, como a Mutato evoluiu, em termos de negócios e de filosofia de atuação?
Eduardo Camargo - Nossa chegada ao WPP se deu pela visão empreendedora que eu e meu sócio, Andre Passamani, sempre carregamos conosco ao constantemente explorar novas possibilidades de negócios no mercado de comunicação. Em 2012, éramos um dos únicos casos globais de startups incubadas dentro do grupo – e, naquele momento, nosso foco de atuação estava em explorar o ainda nascente mercado de redes sociais com nossa expertise de conteúdo. Ao longo dos últimos oito anos, amadurecemos junto com nossos clientes e fomos sofisticando nossa oferta. Hoje somos uma empresa de serviços criativos que une dados, insights e pessoas (mais de 150) dedicadas a decodificar o mundo ao nosso redor e construir marcas mais relevantes usando o digital como ponto central.
Clubeonline – Como era a relação da Mutato com a J.Walter Thompson? Havia clientes alinhados? Havia compartilhamento de estruturas?
Camargo - Lá atrás, no começo, construímos nosso trabalho por alinhamentos dentro do grupo da J.Walter Thompson (clientes como Coca-Cola, Avon e Ford), mas já contávamos com marcas que atendíamos de forma independente (como Google e Petrobras). Ao longo dos anos, consolidamos uma carteira majoritariamente independente. E, em 2020, essa independência se tornou total. Começamos o ano sem clientes alinhados, e somos, hoje, parceiros estratégicos de marketing digital para marcas como Ambev, Facebook, Netflix, Samsung e Waze. O que restou foram alinhamentos financeiros e administrativos, que mudaram para a holding VMLY&R no meio do ano, como parte dos movimentos globais de consolidação por que passa o Grupo WPP.
Clubeonline – No caso da VMLY&R, a atuação independente é 100%? Isso se aplica também à conquista de clientes?
Camargo - Sim. É claro que, como parte do WPP, estamos sempre abertos a somar esforços. Mas o que nos trouxe até aqui foi uma atuação muito clara em termos de posicionamento, cultura, ética de trabalho e valor agregado, que nos permitiu sempre estar no pool de parceiros de grandes marcas, trabalhando ao lado de empresas do grupo e de concorrentes. A fluidez e capacidade de adaptação são aspectos marcantes da Mutato, e é o que nos permite atuar dessa maneira.
Clubeonline – Por que essa mudança foi feita? Com essa alteração e aproveitando a fase de reorganização, a agência efetuou algum outro ajuste?
Camargo - Num cenário de independência de carteira, buscamos o que faria mais sentido para os próximos anos da Mutato. E entendemos, junto com o WPP, que isso significava nos alinharmos à network da VMLY&R. Nesse movimento, fizemos, sim, alguns ajustes de ordem administrativa, mas com grande impacto na agilidade da operação. Estamos num movimento de automatização de processos e aceleração de práticas de gestão de talentos, que nos permitam navegar por esses tempos instáveis com mais celeridade. Diante do cenário de pandemia, adotamos home office até o final do ano e estamos usando este período para adequar e testar a estrutura física para um cenário de interações mais reduzidas e distanciadas, seguindo todos os protocolos de segurança necessários.
Clubeonline - Como a Mutato vem enfrentando a pandemia e quanto isso impacta nos resultados da agência neste ano? Já estão estabelecendo projetos e metas para 2021 (ainda que até agora não haja vacina contra a covid-19)?
Camargo - Assim como o restante do mercado, tivemos um primeiro momento duro, com um corte inferior a 5% do quadro, mas significativo. Qualquer pessoa que perdemos é uma dor para a empresa num contexto em que as pessoas estão efetivamente no centro da operação. Mas, por sermos um player relevante de aceleração digital para grandes marcas, conseguimos nos recuperar do baque inicial. Conquistamos novos clientes - B3, Toddy e Quem Disse Berenice? - e crescemos em Ambev, Facebook e Samsung, marcas com as quais gostamos muito de trabalhar porque juntos conseguimos entregar o melhor da Mutato em termos de conectar eficiência com relevância cultural e objetivos de negócios. Seguimos com uma meta de manter a agência crescendo, e entendemos que a melhor forma de fazer isso é nos manter verdadeiros aos nossos valores e seguir entregando um bom trabalho para nossos clientes.