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Porta: 10 anos, mais formatos e fundo para diversidade
O Porta dos Fundos completa dez anos no dia 06 de agosto, mas as comemorações começaram antes, com seu primeiro reality, “Futuro Ex-Porta”. Dividida em oito episódios, a produção foi transmitida no final do 2021 como um conteúdo do selo YouTube Originals. Agora, os próximos passos dentro da programação de celebrações envolvem a consolidação da linha de podcasts, a expansão do formato longo e o lançamento de uma linha de produtos.
A trajetória do Porta e as ações para este ano foram tema de um painel na Rio2C. Christian Rôças, o Crocas, CEO da empresa, disse que hoje um dos focos da companhia é pensar meios de estar presente na jornada das pessoas sendo relevantes culturalmente. “A gente quer gerar assunto no grupo do WhatsApp”, brincou. Mas, além disso, um dos objetivos do Porta é ajudar a tornar o mercado mais diverso.
Para isso, foi feito no palco o lançamento do Fundos do Porta, uma iniciativa que pretende reunir mais marcas em torno da proposta de fornecer treinamento e capacitação de profissionais e cursos de formação para grupos minoritários que sonham trabalhar no audiovisual. Em vídeo, Fábio Porchat, um dos fundadores, afirmou que o grupo decidiu tomar uma atitude. Afinal, já há anos ouvem que a indústria precisa ser mais plural. Daí, resolveram que seria necessário ir além do discurso.
A proposta é oferecer bolsas para quem desejar atuar na frente e atrás das câmeras. Como a intenção é ter mais parceiros para bancar o fundo, foi disponibilizado um e-mail para interessados. E eles já estão conseguindo, adiantaram. Uma das estratégias em discussão é o apoio para desenvolver e-learning, o que abriria oportunidades para o Brasil inteiro.
“Já temos uma parte do financiamento arrecadada. Mas aproveitamos o momento para chamar mais gente. Estamos vendo alguns detalhes do fundo e provavelmente vamos lançá-lo no segundo semestre”, revelou Crocas ao Clubeonline.
Multiformato
A pandemia obrigou muitas empresas a adaptarem seus modelos de trabalho. No caso do Porta, eles conseguiram ampliar sua presença nas plataformas e seus campos de atuação. Isso quer dizer que eles criam conteúdo seja para o TikTok ou para a Twitch. “Somos um canal do YouTube também, mas somos uma empresa multiplataforma”, explicou o executivo. E, com isso, ganharam corpo como estúdio. “Produzimos para Netflix, Amazon, Paramount”, enumerou.
O resultado? Entre 2020 e 2022, tiveram mais de três bilhões de views. Entre os projetos nascidos nesse período há cases como o “Enquadro do Peçanha” e um spin-off do “Que História é essa, Porchat”, o “Que História é essa, vovó”. Para Crocas, a pandemia permitiu fazer experimentações.
Outro case dessa fase foi um quadro protagonizado por Rafael Infante, que voltou para a empresa. É o “Plantananã”, em que o personagem Carlinhos Avelar comenta notícias sem que ninguém entenda exatamente o que está falando. A ideia de colocá-lo para fazer um jornal foi de João Vicente de Castro, também fundador do Porta. Em vídeo, ele também menciona a chegada do comediante baiano João Pimenta ao elenco.
No palco, Pimenta afirmou que foi contratado sem que tivessem pedido antecedentes criminais e nem diploma, fazendo pilhéria. E contou que faz parte do projeto Portaverso, em que vídeos clássicos do Porta estão sendo regravados com outros olhares. Ele salientou ainda que é um dos atores negros do elenco. Na sequência, o painel recebeu Noêmia Oliveira, atriz negra, que fez um talk show cômico com os cofundadores Ian SBF e Antonio Tabet. Com suas falas em tom debochado, os dois profissionais negros da companhia chamaram atenção para a representatividade dentro do Porta, que foi criado por um grupo de homens brancos. "Esse é o jeito Porta de provocar o mercado", observou Crocas.
Conteúdo comercial
Uma pesquisa encomendada pelo Porta ao Datafolha sobre o humor no Brasil trouxe dados que demonstram como o trabalho do grupo se tornou referência para o público e para as marcas. Tabet comentou que sempre falaram de marcas muito abertamente. E hoje, nesses quase dez anos de existência, a companhia construiu uma conexão importante com as agências, com os times de marketing e com a audiência.
O estudo do Datafolha apontou que o Porta é a marca ligada ao humor mais lembrada pelo brasileiro. Eles foram citados por 11% dos entrevistados de forma espontânea. Outro dado é que sete em cada 10 pessoas não se incomodam em ver conteúdo comercial nos canais do grupo (em especial no YouTube).
“Como fazemos isso de maneira fluida, os comentários das pessoas são satisfatórios”, afirmou Tabet. Ian salientou que os projetos de branded content incluem o braço que se chama Porta dos Outros, em que eles produzem conteúdo nos perfis das empresas. No ano passado, o Porta desenvolveu 37 ações de branded content. E isso pode acontecer em diferentes plataformas.
A pesquisa mostrou ainda que, em todos os recortes de gênero, as mulheres apresentam melhor relação com os vídeos de branded content. Para 67% dos entrevistados a presença de marcas parece natural. Entre as mulheres o índice foi de 69%. Além disso, 52% das mulheres prestam mais atenção nas marcas quando são apresentadas nos esquetes do Porta e 50% delas têm vontade de consumir essas marcas.
Podcast e formatos longos
Entre as apostas do grupo neste ano em que celebram uma década de atuação está a constituição da linha de podcasts. O humorista alagoano Ed Gama e a atriz Evelyn Castro já criaram podcasts no ano passado e estão entre os mais ouvidos na Deezer. Mas outros programas estão a caminho. “Agora estamos criando uma unidade”, reforçou Crocas.
Os formatos longos também estão entre os investimentos do Porta neste ano. Segundo Crocas, o crescimento será de 150% sobre 2021. Vale lembrar que "O futuro ex-Porta", vencido por Macla Tenório, é um exemplo dessas produções.
Em março, estreou no Paramount+ o primeiro thriller da casa, “As seguidoras”, com Maria Bopp (veja o trailer mais abaixo). A roteirista Manuela Cantuária, no grupo há quatro anos, contou que levou ao time à ideia de uma série protagonizada por mulheres. “É um projeto bem feminino”, celebrou. A trama mostra como as redes sociais enlouquecem as pessoas.
Produções de formato longo estavam atreladas aos especiais de Natal do Porta, mas foram crescendo. O Porta Estúdio antes tinha três núcleos: os especiais, “Greg News” e “Que história é essa, Porchat”. Os títulos foram aumentando, como o filme “Peçanha contra o Animal”, do ano passado.
Outra produção dentro dessa linha é a série “Harina, El Teniente vs El Cancelador”, criada pelo braço internacional no México, o Backdoor, para a Amazon Prime Video. Lançada em março, ela está focada no personagem El Teniente, que é a versão de Peçanha nas esquetes mexicanas (o trailer pode ser visto abaixo). Além do país de origem, a produção está disponível nos Estados Unidos e na Colômbia. “A gente está conversando para passar o filme na Espanha e no Brasil”, contou Crocas.
E há mais um projeto dentro dos formatos longos: “Novela”, uma série estrelada por Mônica Iozzi. A produção mostra bastidores da gravação de uma novela. A série será lançada com a Amazon.
Há mais uma novidade preparada para as comemorações: serão lançados produtos do Porta para o consumidor final. Existe a possibilidade de ser via e-commerce próprio, mas isso ainda não está definido.