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Irmãos Russo defendem tecnologia a favor das histórias
Em passagem relâmpago por São Paulo, os irmãos Anthony e Joe Russo, diretores de blockbusters como “Vingadores: Guerra Infinita” e “Vingadores: Ultimato”, trouxeram uma visão positiva sobre a IA, mas sem deixar de manter um tom de alerta sobre a maneira como nos envolvemos com a tecnologia digital. Essa preocupação está expressa no novo filme da dupla, “The Electric State”, que estreou nesta sexta-feira, 14, na Netflix.
O longa, uma ficção científica que coloca humanos de um lado e robôs do outro, foi pensado para as novas gerações, contou Joe Russo em uma masterclass ministrada nesta sexta para estudantes de cinema da Faap. Ele comentou que são as crianças e os adolescentes de hoje que correm mais riscos por estarem muito presos ao digital.
Adaptado da HQ de mesmo nome, criada pelo artista sueco Simon Stalenhag, o filme apresenta um rumo alternativo da humanidade nos anos 1990. Nesse cenário, os robôs têm consciência e se revoltam com os humanos por serem tratados como escravos. Inicia-se uma guerra das máquinas pela liberdade. Com a ajuda de um sistema semelhante a uma rede neural e estruturas metálicas como exoesqueletos, os humanos vencem os robôs, que são confinados em uma região.
É nesse ambiente que se desenvolve a história, protagonizada por Millie Bobbie Brown. Sua personagem, Michelle, se depara com um robô misterioso e de aparência amigável e infantil, Cosmo, e parte com ele para uma aventura que acaba questionando o significado de humanidade.
Questionado sobre a nova grande mudança tecnológica para o cinema, Joe Russo não teve dúvidas: a IA. Ele ressaltou o lado benéfico da tecnologia, que pode acelerar processos, nos tornar mais eficientes e até ajudar a curar doenças. “Mas a IA não foi construída para executar arte”, ponderou o diretor, que lembrou ainda das alucinações, que fazem com que modelos criem figuras humanas com seis dedos, por exemplo.
Por outro lado, ele defendeu que a tecnologia será útil para a construção de histórias, agilizando processos e viabilizando produções mais baratas. Ou seja, a dupla defende a IA como ferramenta a ser usada em favor das narrativas. E também o público teria vantagens com o avanço da inteligência artificial já que, sendo mais baratas, as obras audiovisuais serão acessadas por mais gente.
Estudiosos da IA, os irmãos Russo sugerem que os artistas se aprofundem na tecnologia. Até porque, se eles não quiserem fazer uso dela, as corporações o farão. Um ponto fundamental na discussão é que os humanos têm de estar no controle. Sempre. “Precisamos interagir com a IA”, afirmou Joe Russo.
Na masterclass, os diretores compartilharam um pouco de suas inspirações – entre produções como Star Wars e Indiana Jones cineastas como Sergio Leone –, relembraram o início de suas carreiras e como foi a jornada profissional até hoje, falaram sobre o papel dos efeitos visuais e da criação de histórias sem se prender ao tamanho da tela. Até porque as novas gerações estão acostumadas a ver séries e filmes em seus celulares.
O importante mesmo é estudar bastante e não esquecer que fazer filme é um processo colaborativo. Portanto, se você quiser ser um diretor, é essencial aprender a se comunicar não apenas com o elenco, e sim com todo o time envolvido com a produção. Além disso, é preciso tomar decisões rapidamente. Nos momentos críticos ou não.
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