arrow_backVoltar

Sem aval

FTC desaprova aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft

08.12.22

No início deste ano, a Microsoft anunciou a intenção de adquirir a Activision Blizzard, gigante do mercado de games, com títulos como “Call of Duty”, “World of Warcraft” e “Candy Crush”, um negócio de US$ 68,7 bilhões (leia aqui). Mas a Federal Trade Commission (FTC), comissão do governo dos EUA que atua sobre concorrências e combate monopólios, não aprovou o acordo.

Em nota divulgada nesta quinta-feira, 08, a agência alega que a fabricante do Xbox obteria o controle das principais franquias de games, prejudicando a “concorrência em consoles de jogos de alto desempenho e nos serviços por assinatura por negar ou dificultar o acesso dos competidores ao conteúdo da Activision.

Para sustentar sua alegação, a FTC lembrou de transações feitas pela Microsoft no passado, caso da compra da ZeniMax, empresa controladora da Bethesda Softworks (conhecida desenvolvedora de jogos), em 2020. A Microsoft decidiu tornar vários títulos da Bethesda, entre eles “Starfield” e “Redfall”, exclusivos de sua plataforma, apesar das garantias que deu às autoridades antitruste europeias.

A Microsoft já mostrou que pode e irá reter conteúdo de seus rivais de jogos”, declarou Holly Vedova, diretora do Bureau of Competition da FTC, em comunicado. “Hoje, buscamos impedir que a Microsoft obtenha controle sobre um estúdio de jogos independente líder e o use para prejudicar a concorrência no mercado de jogos que está em rápido crescimento.”

A FTC apontou ainda que a Activision é um dos poucos desenvolvedores de games que criam e publicam títulos de alta qualidade para vários dispositivos, como consoles, PCs e dispositivos móveis. Com seus jogos, impacta 154 milhões de usuários ativos mensais em todo o mundo, de acordo com o comunicado da agência.

Mas isso pode mudar se o acordo continuar. Com o controle sobre as franquias de grande sucesso da Activision, a Microsoft teria meios e motivos para prejudicar a concorrência, manipulando os preços da Activision, degradando a qualidade do game da Activision ou a experiência do jogador em consoles e serviços rivais, alterando os termos e o tempo de acesso ao conteúdo da Activision ou retendo conteúdo, resultando em danos aos consumidores”, ressaltou na nota.

Em mensagens publicadas no Twitter, Brad Smith, presidente da Microsoft, defendeu a aquisição. "Continuamos a acreditar que o nosso negócio para adquirir a Activision Blizzard vai expandir a concorrência e criar mais oportunidades para jogadores e desenvolvedores de games".

Smith prosseguiu: "Estivemos comprometidos desde o primeiro dia para responder a preocupações sobre concorrência, incluindo ao aceitar, esta semana, concessões propostas pela FTC”. O executivo disse que ter “total confiança” no caso. A batalha pela confirmação do negócio não está encerrada.

Nintendo

Um dia antes, a Microsoft havia divulgado acordo de dez anos com a Nintendo para levar "Call of Duty" para o Nintendo Switch. E também para PC pela Steam. Isso se a aquisição da Activision for aprovada. O anúncio foi visto como uma tentativa de mostrar às autoridades governamentais antitruste de que não pretende tornar exclusivos os games da Activision.

O negócio tem sido contestado pela Sony. A Microsoft teria oferecido um acordo nos moldes do que fez com a Nintendo para a fabricante do PlayStation, mas a companhia teria recusado.

Sem aval

/