SxSW 2018

O SxSW tem gente.

Muita gente diferente querendo ver gente falar sobre gente.

Ok, tem muito VR também. Até demais.

Todos os temas que ocupam mentes humanas estão lá.

E todos são interessantes porque têm uma coisa em comum: gente.

E toda essa gente que foi lá querendo respostas voltou pra casa com novas perguntas.

Mas com certeza, perguntas melhores.

Ser criativo, mais do que nunca, é fazer perguntas.

Perguntas sobre gente.

É saber olhar dados, observar e se conectar com muita gente.

É tirar a bunda da cadeira e meter o pé na realidade.

É ligar informações e pessoas aparentemente sem relação.

É pegar o que já existe, coisas com as quais de fato nos importamos, e dar um contexto novo. É entender que o melhor briefing é a convivência.

Quem quiser se trancar numa sala a sós com seu talento inigualável e um copo de whisky na busca pela próxima grande sacada vai dar a volta olímpica sozinho.

A sinceridade precisa ser compartilhada. Não existe, ou não deveria existir, fronteira entre pessoa física e jurídica. Não cola mais acreditar numa coisa em casa e outra no trabalho. Fica na cara.

A mesma coisa vale pra marcas e quem está por trás delas. Isso é óbvio pros millennials, mas nem tanto pra minha querida geração X.

A terceira coisa que mais vi no SxSW, depois de gente e VR, foi propósito. Essa palavra da moda que faz todo mundo querer um, mas meio sem saber o porquê.

Propósito não é um adereço que você coloca no bolo depois de assado. Ele é o bolo.

Pra que serve a sua marca? Qual é o problema das pessoas que ela resolve? O que mudaria no mundo ou na comunidade se a sua marca acabasse?

Sempre dá tempo de mudar a receita.

O problema é que todo mundo quer inovar, mas quase ninguém quer mudar.

Como resolver isso?

Muita gente.

Marcio Pimenta, gerente de Criação na Globosat