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'Design Leadership: Creativity driving business'
O que uma jornalista e cineasta e uma especialista em antropologia humana e mulheres têm a ver com design em empresas como a IBM e a Ford Motor Company? Tudo e mais um pouco. Sob mediação de Christie Dames, CEO e cofundadora da TechTalk/Studio, Katrina Alcorn, general manager de design da IBM, e Sandy Fershee, global director, D-Ford Detroit Lab, deram um show ao falar sobre liderança, negócios, inovação, sobrecarga feminina e transformação no painel: "Design Leadership: Creativity driving business", apresentado na tarde de domingo, 13, no SxSW 2022.
"Design é como storytelling. Você faz conexões, prepara as coisas para entregar às pessoas", explicou Katrina. Liderando um time de 3 mil designers, talvez o maior que se tenha notícia em uma mesma empresa, ela sabe que seu principal papel é criar condições para que os talentos de sua equipe possam fazer o melhor trabalho. E vê-los brilhar pelos resultados, o que, admite, exige também trabalhar o próprio ego.
Tanto IBM quanto Ford têm mais de 100 anos. E algumas barreiras precisam ser quebradas por essas líderes. "Design é sobre olhar as coisas de diferentes ângulos e criar o que ainda não existe. Para isso, precisamos convencer mentes e corações de que mudar é possível", diz Sandy, que lembra: "uma empresa como a Ford é ótima em execução, desde que saibam o que precisam fazer. E esse é o nosso papel".
Na busca por um design de excelência e inovador, as duas concordam que é preciso participar do processo desde o início, ao contrário da crença de que "depois o design resolve". É preciso saber o que está sendo criado, para quem e o que precisa ser resolvido com isso. Conversar com os engenheiros e as pessoas envolvidas. Isso ajuda, inclusive, quando é preciso convencer um ou uma cliente ou investidor/investidora do motivo pelo qual você está entregando isto e não aquilo que ele ou ela gostaria. Além disso, se um ótimo produto for para a rua sem um ótimo design, não vai vender. Então, tudo precisa estar alinhado.
Outro ponto crucial é fazer escolhas e apostar nelas. Lembrando que, nos dois casos, estamos falando de indústrias em que algumas decisões podem envolver milhões de dólares. "Não é possível inovar sem experimentar. E para experimentar seu time precisa estar seguro de que pode assumir riscos", ressaltou Katrina.
Sandy reforçou a importância de ajudar na jornada de cada profissional; de incentivar as pessoas a darem seu melhor e criar condições para que as melhores ideias surjam; de mostrar o que é excelência e como podemos chegar lá. Um caminho é envolver diretamente as pessoas que tiveram uma ideia no processo de realizá-la. Trazer essas pessoas para liderar o processo com você.
Mas nem tudo são flores. Principalmente falando de mulheres, mães, em cargos altíssimos e que convivem com as sobrecargas, com um olhar atento para questões sociais que precisam ser transformadas. Ambas passaram por momentos de extremo estresse. "Já tive burnout e sei o quanto precisamos olhar para a jornada das pessoas que trabalham com a gente, lembrar que somos todos humanos", revelou Sandy. Ela contou de uma profissional de seu time, com então pouco tempo de empresa, que lhe deu a notícia de que estava grávida como se estivesse fazendo algo errado. Se você já passou por isso, provavelmente se identificou. No entanto, Sandy celebrou com ela a nova fase de sua vida e a tranquilizou, dizendo que elas fariam o necessário para que ela exercesse os dois papéis.
"Precisamos normalizar essas batalhas e, principalmente nós, que estamos no papel privilegiado de liderança, temos que dar permissão e condições para que as pessoas encarem o que elas precisam enfrentar", disse Katrina. Autora do livro "Maxed Out: American Moms on the Brink", ela trata do peso das mulheres que precisam conciliar carreira e maternidade, a partir da própria história e da análise do que via ao seu redor. "Vocês não estão doidas. Carregamos muita coisa. É real", disse ela.
E para encerrar, alguns dos conselhos que ficaram dessas líderes humanas do design em grandes empresas que estão diretamente ligadas à produção de máquinas: