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SxSW 2022

Feira Preta e cia: a economia criativa em SP

17.03.22

Iniciativas de investimento e apostas na economia criativa e na cultura para o desenvolvimento do Estado de São Paulo, realizadas pelo governo estadual, foram apresentadas no SxSW 2022.

A participação no evento faz parte do Creative SP, programa da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, executado em parceria com a InvestSP, com apoio da Secretaria de Relações Internacionais, que tem como objetivo auxiliar empresas paulistas do setor de economia criativa a se internacionalizarem.

No painel "São Paulo: Development Powered by Culture", o Secretário de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, Sérgio Sá Leitão, contou que a economia criativa é um dos cinco principais setores da economia paulista. Produz U$ 20 bilhões por ano, o que representa 3,9% do PIB paulista, e gera 1,5 milhão de empregos. "Por isso estamos aumentando o investimento no setor, de U$ 200 milhões, em 2019, para U$ 300 milhões em 2022", afirmou.

Entre alguns dos projetos estão o Museu da Língua Portuguesa e o Museu do Ipiranga (que ainda será inaugurado); a celebração do Centenário do Modernismo, com 400 atividades; o Projeto Guri; e as Fábricas de Cultura nas favelas.

presidente da InvestSP, Gustavo Junqueira, falou sobre a elaboração de uma agenda de desenvolvimento transversal, caracterizada pela economia criativa e atenta à sustentabilidade. Segundo a agenda, arquitetura, design e outros setores podem planejar e operar aspectos das transformações urbanas, como a promoção da “arquitetura verde”. A inovação deve ser acompanhada de compromisso social e ambiental.

São Paulo foi apresentado como um laboratório de oportunidades, por concentrar a maioria das startups brasileiras. O setor de tecnologia representa 5,9% do PIB paulista. O estado tem uma economia forte e alta demanda por serviços e produtos inovadores. É o maior mercado consumidor da América Latina e está no centro de investimentos e parcerias.

Segundo Junqueira, "de 2018 para 2021 houve um salto de quatro para 26 empresas unicórnio no estado". Lembrando que para ser considerada unicórnio a startups têm que atingir avaliação de US$ 1 bilhão antes mesmo de abrir seu capital em bolsa de valores.

O presidente da InvestSP mostrou dados de algumas delas, como o iFood, com mais de 60 milhões de pedidos entregues todos os meses, mais de 270 mil restaurantes parceiros, 200 mil entregadores ativos na plataforma e 4 mil funcionários no Brasil. Todas as entregas realizadas pelo iFood, disse ele, têm compensação de carbono para neutralizar o impacto ambiental.

Sobre o Nubank, lembrou da "inclusão de uma grande parcela da população que até então era desbancarizada" e passou a utilizar a plataforma de serviços financeiros digitais. São mais de 53,9 milhões de clientes no Brasil, México e Colômbia, com 1,9 milhão de novos clientes por mês. Ele ressaltou que o Nubank economizou mais de US$ 11 bilhões em tarifas bancárias e mais de 113 milhões de horas de espera para seus clientes.

A Wildlife Studiosempresa de jogos para celular, com mais de 70 games, foi outro case apresentado. A companhia movimenta cerca de U$ 70 bilhões por ano, oferece jogos gratuitos para celular e já registrou mais de 2 bilhões de downloads.

CEO e cofundadora da Feira Preta, Adriana Barbosa esteve presencialmente para falar sobre parte de seu trabalho para o empoderamento da população negra, que representa 54% dos brasileiros. "O Brasil é o segundo país com a maior população negra, perdendo apenas para a Nigéria. E o reconhecimento dessa maioria só aconteceu por um processo de fortalecimento identitário, que permitiu que as pessoas se declarassem negras", salienta ela, que completa: "esse fortalecimento estimula o consumo do que a diáspora africana traz como valor".

Com 20 anos de atuação, a Feira Preta tornou-se o maior evento de cultura negra da América Latina, voltado para produtores e consumidores negros. Ela atua sob o guarda-chuva Preta Hub, voltado para criatividade, inventividade e tendências pretas. Ainda fazem parte do grupo o AfroLab, que trabalha com crédito e educação para afro-empreendedores, e o Casa Preta Hub, onde empreendedores iniciantes e creators encontram espaços para potencializar a criatividade. "Costumo brincar que, ao contrário do que dizem os estudiosos, a economia criativa não nasceu no Reino Unido, mas no Brasil, com a luta pela sobrevivência", disse Adriana, que ficou encantada com a feira que acontece no evento (Creative Industries Expo, foto acima), onde se tem de tudo um pouco. E espera poder voltar com o Feira Preta no próximo ano.

Como perspectiva para o empoderamento da população negra, Adriana aponta a necessidade de políticas públicas e ações afirmativas, acesso à cultura e educação e empoderamento econômico.

Além de Adriana Barbosa, representantes de outras 10 empresas apoiadas pelo programa Creative SP do governo do Estado de São Paulo estão presentes no SxSW 2022. Entre elas, Claraluz Filmes e O2 Play, responsáveis respectivamente pela produção e distribuição do longa "Raquel 1:1", único brasileiro escolhido para ser exibido no festival (leia mais aqui). O roteiro e direção são de Mariana Bastos, com edição de som e mixagem da Loud+.

Clubeonline está no SxSW 2022 por conta do patrocínio de Africa; Arena; Beats; Chucky Jason; Live; Mutato; Netza&cossistema; New Vegas; 99; Publicis Brasil; Smiles e Soko.

Leia anteriores valiosas sobre o evento aquiaquiaquiaqui, aqui, aqui, aqui, aquiaqui aqui.

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