SxSW 2022

Os últimos dois anos de pandemia foram cruciais no desenho das principais tendências da indústria do entretenimento, de acordo com Rob Jonas, CEO da empresa de análise de dados de música e entretenimento P-Mrc Data, que essa semana anunciou ter realizado um processo de rebrand, passando a adotar o nome de Luminate Data.

Em painel que aconteceu durante o SxSW, chamado “10 Entertainment Industry Trends to Know for 2022”, o executivo analisou, a partir dos recentes avanços em tecnologia e ciência de dados, alguns dos novos rumos que podem ser tomados pela indústria do entretenimento.

Como o tempo gasto pelos consumidores em suas atividades favoritas foi mudando ao longo dos últimos meses, Jonas ressaltou como primeira tendência que as pessoas voltaram a buscar mais músicas de catálogo nos serviços de streaming, para além dos lançamentos.

"Pela primeira vez desde que começamos a rastrear dados de streaming, em 2008, as sequências de novas músicas caíram, em volume. Canções lançadas há mais de 18 meses ganharam uma parcela significativa do total de ouvintes em 2021. Isso certamente é a aceleração de uma tendência que ganhou força durante as primeiras ondas de bloqueios da Covid-19", observou.

Em relação à TV a cabo, Jonas expôs que a tendência é de que os conteúdos disponíveis atualmente estariam ajudando a acelerar o número de cord-cutters, que são aqueles que desistem da TV por assinatura, ou até mesmo o número de cord-nevers, aqueles que nunca tiveram TV paga e, muitas vezes, nem mesmo televisão. "Consideramos que os cord-cutters e os cord-nevers triplicaram de volume entre 2014 e 2021. Em nossa pesquisa, 36% dos entrevistados confirmam que são cord-cutters e 6% esperam se tornar um no futuro próximo", destacou Jonas.

A escolha entre o que assistir na telinha está criando um dilema para muitos, ainda mais com a multiplicação dos serviços. A fragmentação de conteúdo acaba aumentando os custos e criando um gap entre o que a pessoa assiste e tudo o que deseja assistir. "O apetite do consumidor por várias assinaturas só aumentou nos últimos anos. Pesquisa recente descobriu que o norte-americano médio gasta US$ 273 por mês em assinaturas de todos os tipos, desde Wi- Fi e entretenimento, até notícias e jogos”, pontuou. Mas chegará um ponto que essas múltiplas assinaturas levarão à fadiga e, finalmente, haverá uma consolidação – terceira tendência apontada por Jonas.

O CEO também abordou tendências como TikTok e vídeos curtos, a "guerra" entre as diversas possibilidades de tela (streaming, TV paga, cinema), o boom do vinil, “hype versus reality” (incluindo o metaverso), música e jogos, podcasts (questionando se a bolha teria estourado), além de diversidade e inclusão: como a pandemia acelerou a representação na área do entretenimento.

Sobre essa última tendência destacou alguns dados. "Vamos dar uma olhada em onde o progresso real foi feito especificamente em torno da representação de personagens femininas, negras e hispânicas/latinas em papéis principais”, declarou.

"Dentro dos filmes, o talento negro teve um incremento de 168 papéis principais durante a pandemia", ressaltou. "No entanto, o fato acompanhou o aumento de papéis em geral, devido ao crescimento de lançamentos de filmes, o que significa que a representação negra permaneceu relativamente estável em 22% dos papéis principais, em comparação com cerca de 23% na pré-pandemia”, apontou.

Sobre a representação feminina, ele disse que 47% dos papéis foram ocupados por mulheres em séries, um pouco acima dos 45% antes da pandemia. Além disso, 44 longas foram lançados com elenco principal latino ou hispânico, sendo que 9% de todos os principais papéis em filmes foram preenchidos por talentos latino/hispânicos, acima dos 6% no período anterior.

O Clubeonline está no SxSW 2022 por conta do patrocínio de Africa; Arena; Beats; Chucky Jason; Live; Mutato; Netza&cossistema; New Vegas; 99; Publicis Brasil; Smiles e Soko.

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