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SxSW 2022

+ um ano de previsões do guru Scott Galloway

11.03.22

No final da manhã desta sexta-feira, 11, de abertura do SXSW 2022, aconteceu palestra de Scott Galloway, autor, empreendedor e professor de marketing na Escola de Negócios Stern, da Universidade de Nova York.

Intitulado Featured Speaker: Provocative Predictions with Scott Galloway, o papo trouxe as famosas previsões do professor, com pitadas do que acertou ou errou em suas antecipações para o ano anterior, e temas como disrupção da indústria, saúde, educação, streaming, pandemia, bitcoins, web3.0 e mais.

Scott é chamado de guru e "crítico profeta" do Vale do Silício.

Aos 57 anos, o professor da NYU é autor de dois best-sellers: “Os Quatro – Apple, Amazon, Facebook e Google” e “A álgebra da felicidade: notas sobre a busca por sucesso, amor e significado”.

Galloway é fundador, entre outras empresas, da L2, voltada à inteligência para negócios, da Red Envelope, um e-commerce, e da Prophet, consultoria global focada em brand strategy.

Graduado pela UCLA e com MBA em Marketing pela UC Berkeley, o professor fala sobre o mundo pós-pandêmico em sua obra mais recente “Post Corona: From Crisis to Opportunity”. Se antes, as palavras globalização e digitalização descreviam as mudanças disruptivas que o mundo enfrentava, para Galloway a expressão que nos descreve depois da covid-19 é “dispersão”.

Anos atrás, Scott passou a integrar a lista do Fórum Econômico Mundial dos 100 Global Great Leaders of Tomorrow.

No Youtube, apresenta o programa Prof G Show, e integra o time do podcast Pivot.

Mantém uma página na internet chamada No Mercy/No Malice, onde posta semanalmente suas impressões sobre tecnologia e economia digital. Em seu site, aconselha jovens a investir em um bom condicionamento físico, lembrar que o mundo não se resume ao digital, e enumera erros que investidores cometem, provenientes da falta de diversificação.

Mesmo considerado crítico das big techs, foi ou é membro do conselho de empresas como Eddie Bauer, The New York Times Company, Gateway Computer e Escola de Negócios Haas, de Berkeley.

Sempre bem-humorado, começou a palestra dizendo que ia tentar se manter positivo. Falou sobre o desgaste da Tesla na Bolsa, sobre o crescimento de marcas como Peloton, Gamestop, Netflix, Lucid Motors e Roku, entre outras, e sobre seu erro ao apostar que MacKenzie Scott, ex-mulher de Jeff Bezos, filantropa e também fundadora da Amazon, e, mais adiante, em Frances Haugen, ex-funcionária do Facebook que denunciou a empresa no Congresso Americano, como Pessoa do Ano pela revista Time em 2021 (o escolhido foi Elon Musk, CEO da Tesla).

Também disse que Mexico City será a nova Miami City, em termos de negócios. Destacou ainda que o turismo espacial, proposto por empresas como Virgin Galactic e SpaceX, é algo "ridículo", pura ação de PR, e não dá para se levar a sério porque as contas simplesmente não fecham. Absurdamente caro para tão pouca demanda.

Sobre o Metaverso, disse acreditar que há ali um enorme potencial para negócios, mas recomenda que os jovens tratem de ver as coisas no mundo físico e não se debrucem de forma tão profunda no digital. "Jovens devem viver a vida, namorar, sair, ver pessoas. Há um risco de o Metaverso nos distanciar do que há de mais recompensador na experiência humana que são as relações interpessoais", ele sublinhou. E destacou ainda que ao menos 40% das pessoas que já usaram óculos de VR sentiram enjôos, incluindo os devices da Meta, que segundo ele vão "flopar".

Quanto à web3.0 também foi crítico e citou o estudo Inequality in Crypto para dizer que se a intenção é descentralizar e democratizar acesso o que ele vê é concentração por exemplo de NFT e Bitcoins em poucas mãos. "Nada contra os super ricos que estão concentrando este mercado. Mas não se enganem, não há poder para pessoas na web3.0. Apenas mais concentração".

E destacou também que as mais valiosas marcas do mundo não são Apple, Google e cia., mas sim universidades como Stanford e Harvard, onde está o conhecimento.

No final do papo, um participante comentou que o fato de Scott usar roupas femininas, em algumas de suas palestras, incomodava sua filha trans e parte de seus amigos da comunidade LGBTQIA+, que sofrem muito bulling e preconceito. Afinal, ele é um homem hetero cisgênero usando roupas de mulher como forma de entreter, e não pertencente à comunidade. Scott então pediu desculpas, disse fazer isso por pensar que estava ajudando a romper tabus e que não faria novamente.

Vejam o que declarou Scott em resposta ao pai: "What I will say regardless of what I think I am doing I recognize my privilege may make me ignorant to the impact that you have just outlined. I mean this sincerely. I had not thought of it like that. I thought as a quote, unquote cisgender heterosexual man that I might actually be helping when I do that. So let me cut to the chase. I believe you are sincere, I will stop” (O que vou dizer, independentemente do que penso estar fazendo, reconheço que meu privilégio pode me fazer ignorar o impacto que você acabou de descrever. Eu quero dizer isso sinceramente. Eu não tinha pensado assim. Eu pensei como um homem heterossexual cisgênero, entre aspas, que eu poderia realmente estar ajudando quando eu fazia isso. Então deixe-me ir direto ao ponto. Acredito que você seja sincero, e eu vou parar”).

Clubeonline está no SxSW 2022 por conta do patrocínio de Africa; Arena; Beats; Chucky Jason; Live; Mutato; Netza&cossistema; New Vegas; 99; Publicis Brasil; Smiles e Soko.

Leia anteriores valiosas sobre o evento aqui e aqui e aqui.

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