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Brasileiras trazem a Austin debate sobre tabus relativos à menstruação
A questão da pobreza menstrual sistêmica vem despertando discussões sociais há alguns anos e diversas marcas, especialmente aquelas ligadas a produtos de cuidados íntimos, têm abraçado a causa e jogado luz sobre o tema.
Muitas delas tentam mobilizar e engajar o público em geral com campanhas e incentivo a doações, outras também pressionam o poder público para que medidas concretas sejam tomadas, como distribuição de absorventes de forma gratuita para mulheres que menstruam, ou que sejam cobrados menos impostos sobre produtos de higiene íntima, por exemplo.
Neste contexto, aconteceu nesta sexta-feira (10), durante o SXSW 2023, a mesa "Menstrual Dignity: Taboos and Inequality". O debate contou com a participação das brasileiras Tabata Amaral, deputada federal do PSB-SP, ao lado de Adriana Farhat, cofundadora da re.ciclos, e de Emily Ewell, cofundadora e CEO da Pantys.
Elas optaram por dar um passo atrás na discussão ao buscar enxergar um quadro mais amplo e estrutural na análise da pobreza menstrual, colocando no centro da conversa uma reflexão sobre como exatamente os tabus em torno da menstruação moldam a sociedade e impactam as desigualdades socioeconômicas e de gênero.
Segundo as participantes, a falta de acesso a produtos menstruais, banheiros decentes, saneamento básico e educação sexual adequada é um problema global e, para romper este ciclo, é necessário ir até a raiz do problema, o tabu que ainda existe em relação à menstruação.
Durante o bate-papo, Tabata, que também é cientista política, ressaltou que no Brasil, a mulher pode votar apenas há 90 anos, e que somos o país com maior número de assassinatos de pessoas trans no mundo. Para ela, só é possível enfrentar essa lamentável estatística e o problema da pobreza menstrual com políticas públicas, quando, de fato, houver mais representatividade feminina no poder, com mais mulheres brancas, pretas e indígenas representadas na política.
"Porque se não atinge você, não vai ser algo com que você realmente vai se preocupar", apontou, em relação à "indiferença" ou até oposição de diversos agentes públicos masculinos sobre a pauta.
Tabata vem debatendo a pobreza menstrual em sua agenda pública há pouco mais de dois anos e está por trás de um projeto no Brasil para distribuição de absorventes em postos de saúde, escolas e penitenciárias.
Já Adriana Farhat destacou, entre outros pontos, que sua esperança para o futuro, é que nenhuma garota ou mulher perca um dia sequer na escola por falta de acesso a produtos relacionados à menstruação.
Leia anteriores sobre ações ligadas à pobreza menstrual, no Brasil e no mundo, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
A cobertura do SXSW 2023 pelo Clubeonline tem patrocínio de Audaz, Brunch – Influência de Verdade, Ça Va, Modernista Creative Producers e Vandalo.