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Para criador do ChatGPT, IA amplifica o que humanos podem fazer
O mundo vem falando do ChatGPT de maneira obsessiva nos últimos meses. Lançado oficialmente em novembro do ano passado, ele teria atingido a casa de 100 milhões de usuários em janeiro. Mas a ferramenta levou sete anos para chegar a sua configuração, tempo dedicado para que se chegasse ao segredo de seu sucesso: é uma aplicação de IA generativa de uso muito simples.
Quem disse isso foi Greg Brockman, cofundador e presidente da OpenAI, em um dos painéis mais concorridos no primeiro dia do SXSW 2023. “Estamos falando de uma tecnologia que não é nova, o que nós fizemos de diferente foi dedicar trabalho extra para torná-la simples e acessível. A interface é super simples”, declarou Brockam, que é programador. Ele foi entrevistado por Laurie Segall, CEO da Dot Dot Dot Media, que contou que muitas das descrições das mesas do evento foram feita via ChatGPT.
Todo fenômeno popular da tecnologia parece carregar um propósito de transformar o mundo em algo melhor. A missão do Facebook, por exemplo, é “dar às pessoas o poder de construir uma comunidade e aproximar o mundo”. Brockman seguiu caminho semelhante, alegando que a empresa busca beneficiar a humanidade com suas soluções – além do ChatGPT, a companhia desenvolveu o DALL-E, ferramenta voltada à criação de imagens. Para ele, a IA generativa amplifica o que os humanos podem fazer.
Brockman mencionou o matemático britânico Alan Turing, que criou o sistema computacional para resolver um problema em tempo que nenhum humano conseguiria atingir. E isso é tão transformador que ele pensou como seria importante ter uma máquina que ajudasse a buscar soluções para as grandes crises do mundo. Com uma disposição dessas, a OpenAI nasceu non profit, com o compromisso de gerar algo positivo para a humanidade por meio da Inteligência Artificial. Ao menos, foi o que passou no painel.
Para gerar tamanho efeito, havia uma questão fundamental: escala. A saída era investir em computadores realmente grandes, poderosos. E isso demandaria um capital igualmente poderoso: milhões de dólares. Como conseguir esse dinheiro sendo uma organização sem fins lucrativos? As palavras vieram de um investidor. Como eles não são anti-capitalistas, nas palavras de Brockman, tiveram de transformar o negócio para algo que chamou "capped profit company" e conseguiram fazer com que o ChatGPT tivesse o alcance que tem, sendo um dos assuntos mais falados recentemente no universo da tecnologia.
Uma das preocupações que mais ocupam a mente das pessoas em relação à IA generativa é a possibilidade de perderem emprego devido à ferramenta. Dando um exemplo pessoal de como a tecnologia oferece oportunidades de amplificar serviços, Brockman abordou a área da medicina, referindo-se à investigação de uma doença que estava afetando sua esposa. Imediatamente ele acrescentou que não pretende substituir médicos, mas que pode ampliar o campo de respostas para casos de seus pacientes.
Segundo Brockman, a IA permitirá aprimorar certas atividades. Como a dele, a de programador. “A história que está na minha cabeça é a amplificação do que os humanos serão capazes de fazer”, reforçou. A IA generativa, para ele, abrirá novas perspectivas para algumas áreas, liberando os profissionais para atuar de outra forma. “Mais ações criativas vão poder acontecer”, vaticinou. Curiosamente, ele levantou uma hipótese que fez o público rir: imagina reescrever o final de "Game of Thrones", série da HBO que não agradou a todos com seu desfecho.
O cofundador da OpenAI foi além em sua visão do amanhã ao ressaltar que, com a tecnologia, poderemos todos receber promoções, demonstrando otimismo quanto ao futuro do trabalho. Mas ele também indicou que a IA generativa pode cortar os empregos que não dependem de julgamento humano. Posições como as de moderadores de conteúdo não estariam sob esse risco.
“Todos os aspectos da vida serão amplificados por essa tecnologia. Acho que ela realmente será uma ferramenta, assim como o celular no seu bolso, que estará disponível quando fizer sentido”, declarou.
Falhas foram assumidas por ele, caso do que ocorreu com o Bing, o sistema de busca da Microsoft "relançado" com a tecnologia da OpenAI e que chegou a fazer insinuações agressivas a um jornalista do New York Times, que testava a nova versão do Bing.
A respeito de questões éticas, Brockman optou por ser mais comedido na resposta, dizendo que estão atuando de perto com policy makers e que a empresa não tem todas as respostas envolvendo esse campo. E emendou: teria de ler mais filósofos. Na sequência, Laurie disse, então, que contratasse filósofos.
A cobertura do SXSW 2023 pelo Clubeonline tem patrocínio de Audaz, Brunch – Influência de Verdade, Ça Va, Modernista Creative Producers e Vandalo.