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Me Too: case de sucesso e cura por Tarana Burke
Com a experiência de quem ouviu de uma vítima relatos de um abuso e não teve estrutura para ajudá-la ou dizer que também tinha sofrido violência sexual na infância, Tarana Burke criou, décadas depois do ocorrido, um dos movimentos mais potentes de luta feminina. O movimento "me too", lançado em 2017, ficou mundialmente conhecido e ainda hoje dá voz à mulheres que buscam apoio, acolhimento, justiça e a cura para suas dores.
Para muitos profissionais do marketing, um case de sucesso a ser seguido. E os detalhes da criação dessa, que vai muito além de uma marca, estão diretamente relacionados ao conselho que Tarana dá às corporações que querem falar com pessoas: prestar atenção nelas.
Entrevistada pela Chief Diversity Officer da TBWA, Aliah Berman, no SXSW 2023, Tarana Burke contou que queria um nome simples e que gerasse empatia para o movimento. "Eu estava falando com meninas jovens. Tinha que ser uma mensagem simples, direta e empática, mas também gentil e capaz de abrir diálogos". Além disso, ela buscava uma marca universal, que unisse pessoas, passando de forma clara a ideia de que as vítimas de violência sexual não estavam sozinhas.
O movimento mexe em feridas que não são fáceis de dizer, nem de ouvir. Mas é através da empatia que ganha forças. "Quando uma mulher conta sua história, normalmente há pessoas, e não apenas homens, que só conseguem ouvir que a reputação de um homem está sendo arruinada. E outras pessoas que conseguem ouvir que a vida de uma mulher está sendo salva. E isso acontece pela empatia", diz.
A empatia também ajuda a compreender a raiva de quem chega para contar, muitas vezes pela primeira vez, suas histórias. "Tudo bem sentir raiva. Sinto empatia por esse sentimento, mas o que eu quero mesmo é a cura e a paz para essas pessoas", afirma Tarana Burke.
Ativista e autora dos livros: "Unbound: my story of liberation and the birth of the Me Too movement" e "You are your best thing: vulnerability, shame resilience, and the black experience", que organizou com Brené Brown, ela prepara sua terceira publicação que vai se chamar "Revolutionary Grace" , onde aborda a experiência com a graça e empatia do ponto de vista humano. Aprendizados que herdou de seu processo de cura. "Todos os dias tenho motivos para sentir raiva, mas eu prefiro viver em paz. Acordar e escolher amar", diz ela, referindo-se às injustiças raciais e ao sexismo tão presentes nos Estados Unidos, onde vive. Realidades que ela luta, todos os dias, para transformar.
A cobertura do SXSW 2023 pelo Clubeonline tem patrocínio de Audaz, Brunch – Influência de Verdade, Ça Va, Modernista Creative Producers e Vandalo.