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Teles acusam Globo de tentar barrá-las

15.06.11

As operadoras de telefonia acusam a Globo de tentar barrar o projeto de lei (PLC 116), que abrirá o mercado de televisão a cabo para as teles pondo fim às restrições ao capital estrangeiro.


As operadoras não falam sobre o assunto oficialmente, mas nos bastidores, segundo a Folha, dizem que a Globo está tentando "segurar" ao máximo a tramitação do projeto, porque ele abre a possibilidade de que as operadoras se associem a emissoras de TV para formar um novo programador de canais concorrente da Globosat, maior programadora da América Latina.

A Globo nega. "Apoiamos a aprovação do projeto tal como se encontra no Senado", afirma Evandro Guimarães, vice-presidente de relações institucionais das Organizações Globo. Segundo ele, as acusações são infundadas.

Em uma carta enviada pelas Organizações Globo ao líder do governo no Senado, Romero Jucá, o grupo afirma que concorda com o projeto desde que "haja compromisso da liderança de que não haverá vetos do Executivo, que de qualquer forma possam mutilá-lo, provocando desequilíbrio nas relações entre produtores e distribuidores de conteúdo".

O governo não deu garantias à Globo de que não haverá vetos, segundo apurou a Folha.


Outra preocupação é a de que as teles continuem impedidas de controlar produtoras de conteúdo.

A Oi não tem interesse nesse mercado no momento. Seu foco está na distribuição de conteúdos televisivos adquiridos de um programador e, no máximo, a possibilidade de negociar a compra dos direitos de transmissão de jogos ou eventos culturais (shows) diretamente.

Na Telefónica existe um grupo discutindo a entrada no mercado de produção de conteúdo, mas o projeto seria de longo prazo, caso vá para frente.

A Folha apurou ainda que a Record já fez proposta de parceria à Oi, de olho nessa nova oportunidade de negócio.

Um dos sócios da operadora posicionou-se contrariamente à oferta, que previa até a construção de uma nova sede na zona portuária do Rio de Janeiro, que seria dividida entre Oi e Record.

Uma fonte ligada à Oi afirmou que, não fosse a resistência desse sócio, a operadora já estaria associada a uma emissora de televisão.

A possível formação de um "consórcio" desse tipo abriria caminho para que a Oi turbinasse seu site iG competindo com o G1, da Globo, que têm conteúdos, como jogos de futebol, disponíveis.


Consultada, a operadora disse que uma associação com a Record ou com qualquer empresa de mídia "jamais esteve na pauta da Oi". A Record não respondeu à Folha até o fechamento da matéria.


Valéria Campos

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