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Telefonia 2

O bê-á-bá da Aeiou

17.11.08

O nome é de fácil memorização (embora a pronúncia cause dúvidas), mas isso não foi suficiente. Três meses após o lançamento oficial de seus serviços, a quarta operadora celular de São Paulo (não, não se trata da Oi) continua desconhecida da grande maioria dos consumidores, e mesmo de analistas de mercado.

A Aeiou, que nasceu como Unicel, entrou oficialmente em operação comercial no início de agosto. No fim de setembro, o investimento inicial de US$ 250 milhões havia resultado em apenas 3.649 assinantes, o equivalente a 0,02% do mercado em que atua - a região metropolitana da cidade de São Paulo.

Em agosto, o presidente da operadora, José Roberto Melo da Silva, afirmou que sua meta era alcançar 500 mil assinantes em um ano de operação - o que corresponde a 41,5 mil novos clientes por mês. "Chegamos a 20 mil assinantes agora em novembro", disse Melo à IstoÉ Dinheiro. Faltam, portanto, 63 mil clientes para chegar aos 83 mil que deveria ter no fim de outubro. Fica também mais difícil alcançar a margem de lucro operacional de 40% almejada pela empresa para seu primeiro ano de atividade.


Segundo Melo, os números iniciais são consistentes com sua estratégia de soft launch (ou lançamento suave), que pressupõe o início das operações como uma espécie de teste, preparando terreno para um lançamento mais abrangente, com mais ações promocionais e de marketing.

O modelo também prevê a cessão gratuita de chips através do site da empresa ou via telefone. A conta seria paga com cartão de crédito ou débito em conta. Não há lojas físicas.

Agora, a Aeiou pensa em vendê-los em lojas lotéricas para atrair consumidores que não tenham cartão ou conta bancária. A intenção da companhia, diz, é conquistar mais 60 mil assinantes neste mês e outros 100 mil em dezembro, quando, segundo ele, se dá o pico de negócios na telefonia celular.

Assim, a Aeiou terminaria 2008 com 180 mil clientes - 20 mil a mais que os 166 mil previstos na meta para o primeiro ano.

O caminho, porém, não será fácil. Problemas no sinal e na entrega de chips prejudicaram a estréia da operadora. Essas dificuldades são reconhecidas por Melo. "Estamos testando várias opções para solucionar o problema do envio dos chips", explica. Para ele, a má qualidade do sinal é "normal no início da operação. "Há a necessidade do 'ajuste fino' da rede, algo que, infelizmente, só é possível quando o usuário estiver se utilizando dela", justifica.


Leia anterior sobre campanha de lançamento da operadora, cuja sede fica na Vila Madalena, aqui. Leia sobre a entrada da empresa no mercado, aqui.


Leia matéria da IstoÉ Dinheiro na íntegra aqui.


Comentários

Jacques Meir - Muito estranha essa operação. Um branding de quinta categoria, comunicação bizonha, estratégia de negócios de feirante paupérrima. Realmente não dá pra entender como se "investe" R$ 250 milhões em um negócio dessa forma. Cantei a caçapa há 3 meses. Mas até aí, qualquer primeiranista de faculdade cantaria também. O que o presidente da "aiui" precisa entender é o seguinte: - Não houve um soft launch. Houve um trash launch, sem posicionamento, sem estratégia, sem consistência; - O pico de vendas, para todas as operadoras, é o Dia das Mães e Namorados, não o Natal (que é bom, mas não é a melhor). Alguém aí se habilita a comprar o que sobrar da empresa daqui a alguns meses?


 

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