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Trabalho ‘escravo’

McDonald's convidado a explicar denúncia

21.10.11

O McDonald's foi convidado pela Câmara dos Deputados a dar explicações, em audiência pública, sobre sua política salarial e jornada de trabalho dos seus funcionários, informa a Folha.


O requerimento para a apresentação dos representantes da rede de fast food na Câmara foi aprovado nesta quarta-feira (19), pela CTASP (Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público). A audiência ainda não tem data marcada.


O requerimento foi motivado pelo vídeo "Uma jornada criminosa", que circula na internet e em redes sociais, em que o McDonald's é acusado de ter política salarial "análoga à escravidão".

De acordo com o vídeo, a lanchonete pagaria aos seus funcionários R$ 2,52 por hora trabalhada, totalizando salário de cerca de R$ 380 por mês - valor inferior a um salário mínimo (R$ 545), por jornada de 44 horas de trabalho, e que horas de intervalo seriam descontadas à revelia dos funcionários.


O cálculo feito pelo McDonald's é chamado de "jornada móvel e variável" e foi denunciado pelo Sinthoresp (Sindicato dos Trabalhadores no Comércio e Serviços em Geral de Hospedagem, Gastronomia, Alimentação Preparada e Bebida a Varejo de São Paulo e Região) ao TST (Tribunal Superior do Trabalho). A ministra Dora Maria da Costa, relatora do caso, condenou as práticas da rede.


O desembargador Henrique Nelson Calandra, presidente da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros), afirma que "é uma vergonha ter no Brasil focos de trabalho escravo", pois há violação de direitos e garantias básicas dos trabalhadores, segundo registro feito no vídeo.


O McDonald's informou que "realiza o pagamento de todas as horas em que os funcionários estão no restaurante"; que paga o piso salarial determinado por sindicatos, quando cumprida a jornada de 44 horas semanais; e que a jornada de trabalho flexível visa beneficiar funcionários que conciliam o trabalho com horários de estudo.


A empresa ainda declarou que irá apurar casos que fujam a sua política trabalhista - que devem ser considerados exceções.


Por meio de assessoria, o McDonald's afirmou que tem "compromisso em cumprir rigorosamente a legislação trabalhista e segue o que é previsto e reconhecido pela lei."

Comentários

ricardo -  O mesmo deveria ser feito contra as agências de propaganda que cobram comprometimento apenas da parte dos funcionários, esses mesmos funcionários acabam ficando até altas horas pq acreditam que estao em missão que "irá mudar o mundo"... Esses deveriam ser os primeiros a dizer ñ para patrões que consideram apenas suas contas e dão um f..a-se aos seus empregados...


 

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