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Evento regional do Burning Man acontece no RN
A praia de Baía Formosa, um município do Rio Grande do Norte (RN) com menos de dez mil habitantes, receberá neste mês o Tropical Burn, evento regional do cultuado Burning Man, uma experiência de contracultura que acontece anualmente no deserto de Black Rock, no estado de Nevada (EUA), que propõe transformar valores. Como o original, o evento brasileiro acontecerá - entre os dias 20 e 24 - em uma cidade temporária, construída pelos participantes. É a primeira vez que ele aporta por aqui.
Produzido por “burners” brasileiros (gente que vivenciou o Burning Man) organizados na Associação Tropical Burn, junto com o Movimento Nova Terra, o evento no RN replica o conceito de cocriação do projeto americano, que nasceu em 1986. Voluntários participam do processo de construção de acampamentos temáticos (camps) e aldeias, passando pelo sistema de segurança e pelas instalações artísticcas.
A cidade temporária é erguida em formato de relógio e é norteada por dez princípios que valem para o Burning Man e para os mais de 60 “braços” regionais. Eles são: Auto-expressão Radical, Auto-suficiência, Descomoditização, Responsabilidade Cívica, Não deixar rastros, Inclusão Radical, Participação, Presentear, Comunidade/Esforço comum e Imediatismo. O Burning Man é um evento valorizado por diversos profissionais de agências de publicidade, dentro e fora do Brasil.
O tema da edição inaugural do Tropical Burn é “Mãe Divina”, homenagem às mulheres e à Mãe Terra. Os acampamentos e as aldeias (reunião de dois ou mais camps) já foram nomeados e são Atma Camp, Mad Max, Xama na Xana – Cozinha e Psicodelia, Feed the Artists, Aldeia Zen Camp, Aldeia Nova Terra, Feminist Tent, Upsala, Unplugged, 061, Mud inn Motel, Casa Bonita e Minimal Cay – Acampamento Escola, Camp Central e Arte Camps.
Artes
O Tropical Burn contará com 26 instalações artísticas, entre elas o “Burning Portrait”, do artista Fedrizzi Junior, que representará o momento do encontro do homem com o fogo, a “Kundalini”, arte de José Maria Anacleto, uma proposta multidimensional que, por meio de um domo, envolverá pele, olfato, visão e audição, e a “Vibra Quantum”, instalação de Paulo Azevedo e Mani Laender que oferece um espaço de contemplação com áudio vibracional, composto de mantras, frequências harmônicas e cantos xamânicos.
Ingressos têm preços variando entre R$ 900 a R$ 350 (valor para quem irá contribuir com performance artística, como DJ ou músico). Para adquiri-los é preciso preencher formulários na internet e as informações podem ser encontradas no site do evento ou nas redes sociais do Tropical Burn (Facebook, Instagram, YouTube e evento no Facebook). Todos os ingressos incluem uma doação para um projeto artístico. Quem adquirir o ticket deve escolher qual deles será beneficiado.
Financiamento coletivo
O Tropical Burn está com uma ação no Kickante para arrecadar dinheiro para o evento. Os organizadores afirmam que o evento é 100% colaborativo e não tem patrocinadores. Como os custos para realizar uma versão do Burning Man são altos, eles abriram uma campanha de financiamento coletivo, que se encerra em sete dias. A meta é de R$ 100 mil.