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Web Summit Rio 2023

Evento quer crescer em 2024. Mas 1ª edição teve problemas

05.05.23

A primeira edição do Web Summit Rio terminou na quinta-feira, 04, com sucesso de público. A organização contabilizou 21.367 participantes vindos de 91 países – sendo 40% mulheres. O evento, ainda segundo infos da organização, recebeu 974 startups, representando 28 indústrias. E foram 400 os palestrantes - no caso, 37% mulheres.

Como o Web Summit deve se manter no Riocentro por mais cinco anos, como foi revelado durante o evento, serão necessários vários ajustes. Até porque a organização estima que para a edição 2024 sejam admitidas mais de 30 mil pessoas.

Falando deste ano, os ingressos foram vendidos totalmente quatro semanas antes da realização. Nenhuma outra edição do evento em sua história havia atingido a capacidade total de ingressos com tanta antecedência, informam mais uma vez os organizadores.

Mas nem tudo foram flores. E isso foi reconhecido pelo fundador e CEO, o irlandês Paddy Cosgrave. A noite de abertura lotou tanto os espaços que muitos participantes acabaram “do lado de fora”, impedidos até de usufruir da parte da festa que recepcionava o público - o staff impediu o acesso para este local, que foi fechado por grades. Para poder entrar na arena principal, onde ocorreram as principais sessões, foi necessário enfrentar uma longuíssima fila. E até quem ficou um bom tempo na fila teve de ir embora, porque não cabia mais gente na arena.

Cosgrave comentou que as filas eram imensas porque muita gente decidiu chegar cedo para pegar lugar nas primeiras fileiras. “Havia pessoas que estavam preparadas para fazer fila por seis horas para conseguir assentos na primeira fila, na noite de abertura. Não experimentamos isso em nenhum outro lugar do mundo”. Ele chegou a fazer uma comparação com Wimbledon, torneio de tênis.

As pessoas vão fazer fila a partir das 2h da manhã para conseguir lugar na quadra central de Wimbledon. O que aconteceu no Rio foi extraordinário. Nunca vi nada assim. Certamente a energia do local é incrível. Parece muito com a de um festival de música. Claro, isso é uma conferência de negócios. Não um festival. Talvez seja também um tipo de vibração carioca”, completou.

A abertura enfrentou, porém, outro problema: microfones não funcionaram nos painéis, o que atingiu principalmente mulheres. Até mesmo o bate-papo entre Ayo Tometi, uma das fundadoras do movimento Black Lives Matter, e a jornalista Maju Coutinho (leia aqui sobre a participação de Ayo na conferência), passou por esse constrangimento. Quando o microfone "funcionava", frequentemente não era possível entender a fala de alguns palestrantes no primeiro dia pela má qualidade do áudio.

No segundo dia, o som continuou a desafiar os participantes nos primeiros painéis, conforme relatado ao Clubeonline. Aos poucos, isso foi sendo sanado.

O que não foi possível ser consertado foi o trânsito. E, mais uma vez, Cosgrave admitiu que esse foi um complicador para o evento. Para esta edição, eles tiveram de parar de vender ingressos porque o contrato assinado demandava cercar o perímetro e estabelecer algumas limitações. Em outras palavras, não havia como suportar mais gente.

No entanto, apesar de tudo, Cosgrave planeja crescer o evento em 2024. Para ele, o Riocentro poderia receber até 40 mil pessoas, se o impacto sobre o trânsito não fosse tanto. “A capacidade do Riocentro é para mais de 30 mil pessoas. Mas teremos que mudar o fluxo de carros. O volume de veículos que chega ao local está criando problemas de tráfego muito significativos”.

De fato. Quem ia de carro para os primeiros painéis, enfrentava um tempo considerável parado nas imediações do Riocentro. E para ir embora havia também muita confusão. O Clubeonline ouviu queixas de participantes a respeito da dificuldade de saírem do local, no final do dia. Na terça-feira 02, a espera por um táxi chegou a TRÊS HORAS. Conseguir atendimento por carro de aplicativo foi mais um desafio para quem ficou até o último painel do dia.

O transporte público era uma opção. Entretanto, dependendo do local da hospedagem, isso significava uma viagem de ao menos 01h30 conjugando metrô e BRT. Neste ritmo, ida e volta representavam três horas de deslocamento.

Rio, capital da inovação na AL?

As questões apresentadas aqui são importantes e devem ser consideradas pelo poder público já que a intenção é transformar o Rio de Janeiro na capital da inovação na América Latina, como afirmou o prefeito Eduardo Paes, que foi um dos convidados do Web Summit Rio. Ele declarou que, em breve, a prefeitura lançará um fundo para incentivar empresas de inovação e tecnologia se instalarem na cidade.

Um estudo da prefeitura divulgado no evento apontou que as startups do Rio atraíram US$ 1,3bilhão em investimentos desde 2011. O estado que mais recebeu aportes, neste período, foi São Paulo, seguido do Paraná.

Como Eduardo Paes declarou que o Web Summit cria ambiente propício para “o dia seguinte”, vale chamar atenção para a infraestrutura para receber as pessoas. Afinal, a participação delas, seja no ponto de vista do volume ou nível do engajamento, também ajuda a tornar uma conferência um item fundamental na agenda de empresas de todos os portes e de marcas dos mais variados perfis.

Web Summit Rio 2023

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